Pedagogia dos marxistas culturais

Que Paulo Freire é idolatrada pelos marxistas culturais não restam dúvidas.

Mas dizer que Paulo Freire é o referencial teórico pedagógico em matriz curricular de cursos de medicina é uma falta de honestidade intelectual tremenda.

E afirmar que o “discurso dialógico” a ser utilizado entre o facilitador ou orientador e o aluno é uma forma de criticar a realidade vigente, e a partir dessa crítica, buscar novas buscar “libertadoras” para reequilibrar o biopsicossocial que “esmaga o oprimido”,  o qual  é resultado de uma “ordem superior “, é de tirar o sono de qualquer professor decente.

Bem, professor e não facilitador de superficialidades em cursos de medicina.

Aliás, muitos desses facilitadores são ex-alunos do curso médico, e pagos pela prefeitura de um município.

Lá o facilitador recebe alunos de medicina para um processo revolucionário de aprendizagem.

A gloriosa aprendizagem baseada em problemas, e ou com a “problematização” das visitas domiciliárias…

Os alunos visitam famílias na comunidade de uma bairro, e depois trocam sua experiência “vivencial” com o facilitador.

Diante de um discussão surgem as famosas questões de aprendizagem com as “pílulas” de biopsicossocial.

Sim pílulas…

Como refletir o que nunca foi estudado por um aluno?

Mas os defensores da pedagogia de Paulo Freire foram ainda mais.

Aproveitaram e aplicaram nas tutorias, em que algumas acabam estressando até o mais pacato e longânimo dos homens.

As buscas são feitas feitos alunos que se devem “diminuir” o conteúdo biológico, e lógico, “maximizar”,  e muito mais, as buscas do “oprimido paciente” que se apresenta no caso tutorial como uma “vítima da sociedade”.

Então, aprendizagem baseada em problemas  (ABP) em atenção básica de saúde, problematizando em sucessivas aproximações”, ou em tutorias mostra-se uma dispedagogia.

O termo  dispedagogia tem sido utilizado para nomear os sinais apresentados por uma instituição que na sua prática educativa apresenta graves prejuízos aos educandos.

Dis, significando dificuldade e pedagogia compreendida como “a arte de instruir, ensinar ou educar”, ou seja, as dificuldades encontradas pela instituição na sua prática, referentes à metodologia de ensino.

A resenha do pedagogo Fábio Santos –  Universidade Federal do Pará- interpreta a “Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire.

RESENHA

Paulo Freire explica a sociedade basicamente a partir do confronto entre opressores e oprimidos. Segundo ele, a educação tradicional, ao não dar voz aos oprimidos, ajudava a perpetuar as injustiças sociais. A Pedagogia do Oprimido seria uma maneira de conscientizar as pessoas sobre a realidade social, com as suas contradições, como afirmam os seguidores de Paulo Freire. A educação não poderia ser desvinculada do seu principal objetivo, que, segundo Paulo Freire, é a construção de uma sociedade mais justa.

Na prática, a Pedagogia do Oprimido nada mais é do que um meio de doutrinação ideológica, em que os professores submetem os alunos ao terrorismo intelectual.  O livro “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire, é muito lido nas universidades, e exerce influência nociva sobre milhares de estudantes. Qualquer tentativa de refutar as teorias de Paulo Freire é silenciada pelos professores das faculdades de Educação, para quem “Pedagogia do Oprimido” é um livro sagrado e infalível… Examino aqui algumas bobagens escritas do livro “Pedagogia do Oprimido”. Usei a edição de 1977, da Editora Paz e Terra, mas há muitas outras: o Brasil é solo fértil para a propagação de besteiras (entre os autores citados por Paulo Freire estão idiotas como Louis Althusser, Mao Tsé-tung, Lênin e Frantz Fanon).

Paulo Freire condena aqueles que “querem a reforma agrária não para libertar-se, mas para passar a ter terra e, com esta, tornar-se proprietários ou, mais precisamente, patrões de novos empregados.” (pág. 34) Ele considera que a relação entre empregador e empregado é sempre conflitiva, que o lucro do empregador se deve à “exploração” do empregado. Mas a verdade é que se os beneficiados pela reforma agrária não tiverem espírito empreendedor, capitalista, não progredirão, serão sempre dependentes do governo, o que é a intenção dos políticos demagogos.

Paulo Freire tenta explicar tudo em termos de “opressor” e “oprimido”: “Ao fazer-se opressora, a realidade implica na existência dos que oprimem e dos que são oprimidos.”(pág.39) Mas Paulo Freire não diz quem são os opressores e quem são os oprimidos, não se preocupa em provar que existem opressores e oprimidos. Todas as pessoas se enquadram no esquema? Você, caro leitor, é opressor ou oprimido? Eu não me considero opressor nem oprimido. Se Freire estudasse sociólogos como Raymond Aron, teria mais cuidado ao teorizar sobre a realidade social. A noção de “classe” é confusa, não pode ser definida adequadamente, porque simplesmente não existem classes sociais. Só existem os indivíduos. “Classe social” é delírio de sociólogo esquerdista. Como definiríamos “classe social”? Pela propriedade dos meios de produção? Um pequeno agricultor pode ser proprietário de meios de produção, e um executivo de uma empresa multinacional pode não ser. Para que exista “classe social” não basta haver diferenças de renda; é preciso que as pessoas de um determinado grupo social se reconheçam como uma unidade, que tenham os mesmos propósitos. E se houvesse classes sociais, faltaria provar que elas estão em conflito, e que a luta entre elas levaria à tal “ditadura do proletariado”. Os fatos históricos não permitem que aceitemos como verdadeiras as pretensiosas teorias de Paulo Freire e Karl Marx.

Na tentativa de justificar a violência revolucionária, Paulo Freire afirma: “Inauguram a violência os que oprimem, os que exploram, os que não se reconhecem nos outros; não os oprimidos, os explorados, os que não são reconhecidos pelos que os oprimem como outro” (pág. 45). Os revolucionários leninistas, por exemplo, perseguiram implacavelmente os seus adversários, e poderiam justificar os seus crimes dizendo que na verdade as vítimas eram “violentas”, eram “opressoras”…

Freire critica o ensino tradicional:  “Eis aí a a concepção `bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los.” (pág. 66). Logo adiante, acrescenta: “Na visão `bancária’ da educação, o `saber’ é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber” (pág. 67). Não podemos negar a importância da participação do aluno nas aulas e da necessidade de haver diálogo. Mas eu percebo que o diálogo só é tolerado nas universidades quando as discussões ficam limitadas a questões de menor importância. Quando o professor nota que está sendo desmascarado, ele trata de silenciar rapidamente as vozes discordantes. É enorme o número de subintelectuais desonestos e ignorantes que deveriam ser retirados das universidades a pontapés.

Para certos professores, as aulas expositivas, em que o professor fala durante a maior parte do tempo, são um tipo de violência ao aluno, que não tem o seu “conhecimento” levado em consideração.  Há professores que simplesmente não dão aulas: fazem com que os alunos apresentem trabalhos, mostram filmes, deixam os alunos fazendo bobagens no computador, enfim, envolvem-se com atividades inúteis, que não educam ninguém. As teorias de Paulo Freire são muito convenientes para os maus professores, que encontram nele uma justificativa para não dar aulas. Muitos professores pensam que os alunos não podem ser corrigidos, repreendidos, e o resultado é a queda da qualidade do ensino. Segundo eles,  o fracasso dos alunos jamais pode ser atribuído aos próprios alunos. A culpa é do governo, da “sociedade injusta”, dos métodos tradicionais de ensino… Na verdade, só há conhecimento com o esforço individual; o sucesso e o fracasso do aluno são de responsabilidade dele mesmo.

Paulo Freire prega o ódio de classes: “Pregam a harmonia das classes como se estas fossem aglomerados fortuitos de indivíduos que olhassem curiosos uma vitrina numa tarde de domingo” (pág. 168). Pregar a harmonia não é condenável; pelo contrário, quem precisa justificar as suas afirmações são aqueles que pregam o ódio. Paulo Freire não é um investigador honesto que quer saber como é a realidade; ele quer moldá-la segundo as suas taras ideológicas. Na página 168, Paulo Freire cita Karl Marx e um tal bispo Franic Split. O bispo afirma que “toda compra ou venda de trabalho é uma espécie de escravidão”. E Marx escreve que “a luta de classes conduz à ditadura do proletariado”… Há um sistema econômico viável em que não exista compra e venda de trabalho? Se toda compra e venda de trabalho é escravidão, então os trabalhadores de países desenvolvidos, que recebem bons salários, são tão “escravos” quanto os miseráveis dos países atrasados? E a expressão “ditadura do proletariado” não deveria causar vergonha aos comunistas, depois de todos os crimes que as ditaduras comunistas cometeram no século XX?

Paulo Freire declara os seus verdadeiros objetivos com a maior cara-de-pau: “Como a entendemos, a `revolução cultural’ é o máximo de conscientização possível que deve desenvolver o poder revolucionário, com o qual atinja a todos, não importa qual seja a sua tarefa a cumprir” (pág. 186). Fica evidente a intenção da tal “pedagogia do oprimido”: doutrinação ideológica, para a imposição de uma ditadura comunista.

Paulo Freire afirmou o seguinte: “Estamos convencidos de que, para aferirmos se uma sociedade se desenvolve ou não, devemos ultrapassar os critérios que se fixam na análise de seus índices `per capita’ de ingresso que, `estatisticados’, não chegam sequer a expressar a verdade, bem como os que se centram no estudo de sua renda bruta. Parece-nos que o critério básico, primordial, está em sabermos se a sociedade é ou não um ser para si”. Paulo Freire temia a comparação entre países capitalistas e comunistas. Menosprezava dados numéricos, que poderiam refutar as suas teorias. A Coréia do Sul é bem mais desenvolvida do que a Coréia do Norte, a Alemanha Ocidental era mais próspera do que a Alemanha Oriental: a comparação entre o desempenho das economias capitalistas e comunistas mostra a superioridade das primeiras sobre as segundas.

Na década dos 60, alguns intelectuais esquerdistas, como Jean-Paul Sartre e Maurice Dobb, previram que a União Soviética superaria os Estados Unidos, e que o futuro da humanidade seria o comunismo. O notável fracasso das economias planificadas mostrou que as previsões dos intelectuais esquerdistas eram ridículas. Paulo Freire poderia alegar que países miseráveis, como Albânia, Cuba, Coréia do Norte e Etiópia não foram destruídos pelo socialismo, que essas sociedades são um “ser para si”… A esdrúxula idéia de “ser para si” na verdade é uma abstração vazia, que nada significa.

Paulo Freire considerava um “ser para si” aquelas sociedades que não eram dependentes das potências que ele julgava imperialistas, que não se submetiam à tal “exploração”…  Para Paulo Freire, a economia é um jogo de soma zero, em que o enriquecimento de um país é resultado da exploração dos mais pobres. É uma teoria completamente ridícula, só defendida por pessoas que ignoram as mais básicas noções de economia. A história econômica contemporânea desmente a “teoria da dependência” e outros delírios dos socialistas.

Na página 193, lê-se esta bobagem: “A liderança de Fidel Castro e de seus companheiros, na época chamados de `aventureiros irresponsáveis’ por muita gente, liderança eminentemente dialógica, se identificou com as massas submetidas a uma brutal violência, a da ditadura de Batista.” Paulo Freire elogia Fidel Castro, o maior ditador das Américas. Fidel seria uma “liderança eminentemente dialógica”, tão dialógica que matou mais de dezessete mil pessoas e prendeu outras milhares pelo “crime” de não apoiarem o seu regime. Freire fala sobre a “brutal violência” de Batista, mas silencia sobre a violência de Fidel, que foi muito maior e manifestou-se desde os primeiros anos do seu governo. Paulo Freire escreveu: “Se as elites opressoras se fecundam, necrofilamente, no esmagamento dos oprimidos, a liderança revolucionária somente na comunhão com eles pode fecundar-se. Esta é a razão pela qual o que fazer opressor não pode ser humanista, enquanto o revolucionário necessariamente o é” (pág. 155).

Por que necessariamente o é? Quais são os fatos históricos que justificam essa afirmação? Paulo Freire gostava de teorizar no vazio, sem a mínima vontade de investigar fatos: “A liderança revolucionária, comprometida com as massas oprimidas, tem um compromisso com a liberdade.” (pág. 197). Mas qual liderança revolucionária? Todas elas? Paulo Freire fala muito em revolução, mas apenas em abstrato. Nunca estuda as revoluções para saber se as suas teorias têm algum fundamento. Richard Pipes, historiador polonês radicado nos Estados Unidos, professor da Harvard University, escreveu livros importantes sobre o comunismo e a história da Revolução Russa. Eu assisti a uma palestra dele no Fórum da Liberdade de 2002. No seu livro “História concisa da Revolução Russa” (Editora Record, Rio de Janeiro, 1997), há o estudo de fatos que mostram que as teorias de Paulo Freire são abstrações tolas:  “Comparada com a de1913, a produção industrial em larga escala caiu cerca de 82%, em 1920. A de carvão, 73%; a de ferro, 97,6%; a de fio de algodão, 94,9%; a de petróleo, 57,3%. Medida em rublos e descontada a inflação, a produtividade do operário russo despencou, com perda de 74%. O número de trabalhadores industriais empregados decresceu 51%, entre 1918 e 1921.

Em suma, sob o comunismo de guerra, o `proletariado’ russo foi reduzido à metade e desapareceram ¾ da produção industrial. (…) Nesse mesmo período de rápido desmonte da indústria, entre 1918 e 1921, os custos de manutenção da burocracia do Conselho Supremo da Economia expandiram-se quase 9500%. (…) Os trabalhadores também perderam todos os direitos conquistados sob o czarismo, incluindo os de eleger seus representantes sindicais e fazer greves. (…) A tabela a seguir indica a população da União Soviética, em milhões de habitantes, entre 1917 e 1922. Outono de 1917: a 47,6; início de 1920: 140,6; início de 1921: 136,8; início de 1922: 134,9. O decréscimo de 12,7 milhões foi conseqüência as mortes em combate e epidemias – aproximadamente dois milhões cada; emigração – cerca de dois milhões; e fome – mais de cinco milhões.”

Se, como afirmou Paulo Freire, a liderança revolucionária é “comprometida com as massas” e tem “compromisso com a liberdade”, como explicaríamos catástrofes como a Revolução Russa, a Revolução Chinesa, a Revolução Cubana e tantas outras que mataram milhares ou mesmo milhões de pessoas para implantar um regime muito pior do que aqueles contra os quais elas foram feitas?

Na página 199, Paulo Freire refere-se a ao relato que Che Guevara faz da sua luta em Serra Maestra: segundo o autor da “Pedagogia do Oprimido”, no relato de Guevara “a humildade é uma nota constante”. Logo adiante, Paulo Freire chega ao extremo do seu delírio ao santificar Guevara: “Veja-se como um líder como Guevara, que não subiu a Serra com Fidel e seus companheiros à maneira de um jovem frustrado em busca de aventuras, reconhece que a sua comunhão com o povo deixou de ser teoria para converter-se em parte definitiva de seu ser. Até no seu estilo inconfundível de narrar os momentos da sua e da experiência dos seus companheiros, de falar de seus encontros com os camponeses `leais e humildes’, numa linguagem às vezes quase evangélica, este homem excepcional revelava uma profunda capacidade de amar e comunicar-se” (pág. 200). Che Guevara foi assassino, um indivíduo que não produziu bem algum à humanidade; pelo contrário, inspirou guerrilhas que mataram milhares de pessoas.

Se Guevara era “humilde” e “amoroso”, por que afirmou que o revolucionário deve ser uma “fria e eficiente máquina de matar”? Paulo Freire escreveu: “A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida.” (pág. 201) Pergunto: qual revolução é “criadora de vida”? Paulo Freire não dá exemplos que justifiquem as suas teorias.  Em que planeta existem revoluções “criadoras de vida”? Revoluções só geram opressão, miséria e genocídio. Como afirmou Thomas Carlyle, “revoluções são idealizadas por utópicos, realizadas por fanáticos e exploradas por patifes.”

Para Paulo Freire, a cultura nada mais é do que confronto entre ideologias políticas: “A ação cultural, ou está a serviço da dominação – consciente ou inconscientemente por parte de seus agentes – ou está a serviço da libertação dos homens” (pág. 212). Politizar todas as esferas da vida é a ambição dos governos totalitários, que não aceitam limites para a expansão do seu próprio poder. A ideia que Paulo Freire tinha sobre a cultura era limitada e distorcida, típica do subintelectual que gosta de opinar sobre o que ignora. As grandes realizações culturais estão acima das futilidades da política.

Paulo Freire tenta justificar o papel dos líderes revolucionários, que guiariam o povo: “O povo, por sua vez, enquanto esmagado e oprimido, introjetando o opressor, não pode, sozinho, constituir a teoria de sua ação libertadora. Somente no encontro dele com a liderança revolucionária, na comunhão de ambos, na práxis de ambos, é que esta teoria se faz e se refaz” (pág. 217). O povo não se interessa por transformações radicais na sociedade. As revoluções foram feitas por gente suficientemente esperta para aproveitar a situação adequada à tomada do poder e dar a impressão de que o interesse do povo é que estava em jogo. Naverdade, os revolucionários só pensam em si próprios. A Revolução Russa, por exemplo, nada mais foi do que um golpe, como mostrou Richard Pipes.

Com Paulo Freire, a própria pedagogia é “oprimida”, subordinada a fins alheios à sua natureza. Não existe “educação para a paz”, “educação para o desenvolvimento” ou para qualquer outra coisa. A verdadeira educação é a educação tout court, sem adjetivos. O professor não deve determinar o que aluno deve fazer com o conhecimento recebido. O indivíduo livre faz o que quiser com os conhecimentos adquiridos, sem dar ouvidos a doutrinadores. A educação não tem como objetivo principal a transformação social. A educação é essencialmente a aquisição da autonomia pelo indivíduo, é um fim em si mesma, com a qual o indivíduo pode elevar-se, libertar-se: só quem é capaz de pensar por conta própria sabe o caminho a seguir; logo, só as pessoas educadas são livres.

Livro dedicado aos “esfarrapados do mundo”, mostra a opressão contida na sociedade e no universo educativo, em especial na educação/alfabetização de adultos. A opressão é apresentada como problema crônico social, visto que camadas menos favorecidas são oprimidas e terminam por aceitar o que lhes é imposto, devido à falta de conscientização, sem buscar realmente a chamada Pedagogia da Libertação.

A libertação é um “parto” conforme afirma o autor, pois a superação da opressão exige o abandono da condição “servil”, que faz com que muitas pessoas simples apenas obedeçam a ordens, sem, contudo questionar ou lutar pela transformação da realidade, fato motivado especialmente pelo medo.

A dicotomia encontrada neste universo vai justamente no despertar da conscientização, onde as realidades são, em sua essência, domesticadoras, ou seja, é cômodo para o
opressor que o oprimido continue em sua condição de aceitação. Neste sentido o autor faz uso do pensamento de Marx quando se refere à relação dialética subjetividade- objetividade, o que implica a transformação no sentido amplo – teoria e prática, conscientizar para transformar, pois a opressão é uma forma sinistra de violência. Assim a Pedagogia do Oprimido busca a restauração, animando-se da generosidade autêntica, humanista e não “humanitarista”,
pois se propõe à construção de sujeitos críticos, comprometidos com sua ação no mundo.

A educação exerce papel fundamental no processo de  libertação, pois é apresentada a concepção “bancária” como instrumento de opressão. Nesta visão o aluno é visto com sujeito que nada sabe, a educação é uma doação dos que julgam ter conhecimento. O professor, nesse processo, “deposita” o conteúdo na mente dos alunos, que a  recebem como forma de armazenamento, o que constitui o que é chamado de alienação da ignorância, pois não há criatividade, nem tampouco transformação e saber, existindo aí a “cultura do silêncio”, isto porque o professor é o detentor da palavra, criando no aluno a condição de sujeito passivo que não participa do processo educativo.

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, esta famosa frase pareceu, a princípio, ter um efeito bombástico entre os educadores porque denunciou toda opressão contida na educação, em especial na concepção bancária, que na sua essência torna possível a continuação da condição opressora. O grande destaque para a superação da situação é trabalhar a educação como prática de liberdade, ao contrário da forma “bancária” que é prática de dominação e produz o falso saber, ou seja, aquele incompleto ou sem senso crítico. Assim é apontada a educação problematizadora, onde a realidade é inserida no contexto educativo, sendo valorizado o diálogo, a reflexão e a criatividade, de modo a construir a libertação.

O diálogo aparece no cenário como o grande incentivador da educação mais humana e até revolucionária. O educador antes dono” da palavra passa a ouvir, pois “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Isto é justamente o que foi chamado de mediatização pelo mundo, espaço para a construção do profundo amor ao mundo e aos homens. Contudo é preciso que também haja humildade e fé nos homens.

O diálogo começa na busca do conteúdo programático. Para o educador-educando, dialógico, problematizador o conteúdo não é uma doação ou uma imposição, mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada. É proposto que o conteúdo programático seja construído a partir de temas geradores, uma metodologia pautada no universo do educando que requer a investigação, “o pensar dos homens referido à realidade, seu atuar, sua práxis”, enfatizando-se o trabalho em equipe de forma interdisciplinar. Para a alfabetização (de adultos) o destaque é feito através de palavras geradoras, já que o objetivo é o letramento, porém de forma crítica e conscientizadora.

A teoria antidialógica citada é a ideologia opressora, a manipulação das massas e da cultura através da comunicação, por isso a revolução deve acontecer através desta pelo diálogo das massas. Uma das principais características da ação antidialógica das lideranças é dividir para manter a opressão, o que cria o mito de que a opressão traz a harmonia.

Em contrapartida, é mostrada a teoria da ação dialógica embasada na colaboração, organização e síntese cultural, combatendo a manipulação através da liderança revolucionária, tendo como compromisso a libertação das massas oprimidas que são vistas como “mortos em vida”, onde a vida é proibida de ser vida, isto devido às condições precárias em que vivem as massas populares, convivendo com injustiças, misérias e enfermidades, onde o regime as obriga a manter a condição de opressão. Neste cenário é necessário unir para libertar, conscientizando as pessoas da ideologia opressora, motivando-as a transformar as realidades a partir da união e da organização, instaurando o aprendizado da pronúncia do mundo, onde o povo diz sua palavra. Nesta teoria a organização não pode ser autoritária, deve ser aprendida por se tratar de um momento pedagógico em que a liderança e o povo fazem juntos o aprendizado, buscando instaurar a transformação da realidade que os mediatiza.

O que fica evidente é que o opressor precisa de uma teoria para tornar possível a ação da opressão, deste modo o oprimido também precisa da teoria para sua ação de liberdade, que deve ser pautada principalmente na confiança no povo e na fé nos homens, para que assim “seja menos difícil amar”.

Concluo que devemos dar uma basta nessa nefasta pedagogia que está colocando o Brasil nos últimos lugares do mundo na educação mundial.

Paulo Freire utilizou sua pedagogia no Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) nos anos 60, utilizada pelo ex-presidente João Goulart.

Abandonado pelos militares.

Idolatrado pelos comunistas.

Chega de doutrinação marxista em salas de aulas de cursos de medicina !

“É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar – bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês; trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola.”

Roberto Campos