Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos alunos  Jéssica Azevedo Veronesi, Letícia Yassumoto, Miriane Borges Marques, Rafael Marques Domingues e  Thaís Fernanda Silva Almeida Ribeiro – 4º  ano do curso de medicina da Famema – no Ambulatório Neurovascular Famema.

Definição

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é causado pela falta de  irrigação sanguínea em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria.

Responsável por 85% dos casos de Acidente Vascular Cerebral, sendo a principal causal de morte e incapacidades no Brasil.

A cada 6 segundos uma pessoa no mundo morre decorrente de um AVC.

Muito raro em crianças.

Acomete jovens, e mais frequentemente idosas.

O AVCI deixa sequelas que podem ser leves, transitórias, graves e incapacitantes.

As mais frequentes são paralisias em membros (superior e ou inferior), perda do campo visual, alterações de memória e afasias.

A falta do sangue, que carrega oxigênio e nutrientes, pode levar à morte neuronal em poucas horas.

Por isso, na suspeita de AVCI, o reconhecimento dos sintomas, e encaminhamento rápido ao hospital é fundamental.

Sintomas

Fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo (hemicorpo), dificuldade para falar e/ou entender comandos verbais, dificuldade ao engolir, perda da visão, tontura, desvio da boca, e perda da coordenação motora.

Os sinais acontecem de forma súbita, podendo ser únicos ou combinados.

Fatores de risco

Os fatores de risco para o AVC podem ser considerados modificáveis (controlados com mudanças no estilo de vida ou medicamentos), ou não modificáveis.

O  tabagismo,  hipercolesterolemia, sedentarismo e doenças cardiovasculares, tais como hipertensão arterial e arritmias cardíacas são os principais fatores de risco.

Hipertensos têm quatro a seis vezes mais chances de terem um episódio de AVC.

Isso acontece por conta do enrijecimento dos vasos (arteriosclerose) e aterosclerose (placas de gordura), comuns nos hipertensos, que pode levar à obstrução arterial.

Diabéticos devem controlar as taxas de glicemia capilar e outros fatores de risco, pois o risco de isquemia é duas vezes maior se comparado aos não diabéticos.

Diagnóstico

O diagnóstico e tratamento precoce dependem da rapidez com que o paciente procura o serviço de emergência  médica (Unidades de AVC), o qual deve possuir equipe multidisciplinar treinada no protocolo de atendimento do AVC, e  a existência de tomografia computadorizada disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O tempo recomendado para o diagnóstico do paciente com AVC, da entrada no setor de emergência até a confirmação por exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética) deve ser, no máximo, de 45 minutos.

A tomografia é mais utilizada pela rapidez, e falta de contraindicações para sua realização.

Devem ser realizados também exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassom doppler de carótidas, doppler transcraniano e exames de laboratório, com a finalidade de identificar a causa da isquemia nos vasos cerebrais.

Tratamento

O tratamento para a desobstrução das artérias consiste na administração de trombolítico, o qual dissolve o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo no cérebro.

O trombolítico deve ser administrado  em até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas, ou ainda considerar à situação em que o indivíduo foi visto como ausente de sintomas, e posteriormente encontrado com sintomas ao acordar.

O medicamento também pode ser injetado diretamente no interior do coágulo por cateterismo cerebral, com prazo máximo de até 6 horas do início dos sintomas.

Existem cateteres que podem realizar a desobstrução da artéria, sugando ou retirando o trombo, associada ao medicamento trombolítico injetado no coágulo (terapia combinada).

O tratamento com trombolíticos é uma opção terapêutica desde 1995.

Dados mostram que apenas 1% dos acometidos com AVCI recebem o trombolítico no mundo.

Independente da técnica, o fator fundamental para um bom resultado é o tempo.

Quanto menor o tempo entre os sintomas e o tratamento, maiores as chances de recuperação.

Os cuidados realizados nos pacientes pela equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos) são os que trazem mais benefícios para os pacientes.

Aplicação da reabilitação deve ser introduzida nos primeiros seis meses após o AVCI.

Prevenção

É indispensável o controle da pressão arterial em níveis inferiores a 120/80 mmHg , controle do diabetes, e redução dos níveis de colesterol.

Doenças cardíacas que promovam arritmias devem ser tratadas para se evitar  tromboembolismo e AVCI.

Praticar exercícios físicos regulares e manter alimentação adequada devem ser orientadas na prevenção primária e secundária.

O que fazer diante da suspeita de AVC?

A identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e o tratamento adequado, além de redução de incapacidades.

Dirija-se imediatamente a um serviço hospitalar especializado. Não perca tempo!

Cada minuto é importante, pois quanto mais tempo entre o surgimento dos sintomas e o início do tratamento adequado maior a lesão no cérebro.

Serviços de Urgência:

SAMU: 192

avc- sinais

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