Acidente Vascular Encefálico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos acadêmicos João Antonio Galina, Maria Fernanda Birolli, Patrícia Montes, Sarah Bortolucci e Vanessa Privato sobre Acidente Vascular Encefálico no Ambulatório  Neurovascular- Ambulatório Mario Covas.

O que é AVC?

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) – conhecido popularmente como “derrame cerebral” – pode ser dividido em dois tipos:

  • O  Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), o mais comum, é causado pela falta de sangue em determinada área do cérebro, decorrente da obstrução de uma artéria.
  • O  Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) é causado por sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo.

Nos dois tipos de AVC o sangue, contendo nutrientes e oxigênio, não chega a determinadas áreas do cérebro, e portanto ocorre a perda das funções dos neurônios, causando os sinais e sintomas que dependerão da região do cérebro envolvida.

O AVC atinge pessoas de todas as idades, sendo raro na infância.

É a causa mais frequente de morte e incapacidades na população adulta brasileira.

Existe outra condição chamada “Ataque Isquêmico Transitório” (AIT ou TIA) que consiste na interrupção temporária do fluxo sanguíneo, causando sinais e sintomas iguais ao AVC que, porém revertem-se espontaneamente em um curto período de tempo – 24 horas.

O ataque isquêmico transitório deve ser encarado como um aviso de que existem condições vasculares – placas – ou arritmias não diagnosticadas.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas do AVC se iniciam de forma súbita e podem ser únicos ou combinados, de acordo com a lista abaixo:

  • Enfraquecimento, adormecimento ou paralisação da face, braço ou perna de um lado do corpo;
  • Alteração de visão: turvação ou perda da visão, especialmente de um olho; episódio de visão dupla;
  • Dificuldade para falar ou entender o que os outros estão falando, mesmo que sejam as frases mais simples;
  • Tontura sem causa definida, desequilíbrio, falta de coordenação no andar ou queda súbita;
  • Dores de cabeça fortes e persistentes;
  • Dificuldade para engolir

Fatores de risco para AVC

Como podemos prevenir o AVC?

Existem condições que podem aumentar o risco para o desenvolvimento de um AVC.

Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial ou pressão alta é o principal fator de risco para o AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico.

Pessoas com hipertensão arterial têm chances de quatro a seis vezes maiores do que não hipertensas de terem um AVC.

Ao longo do tempo, a hipertensão leva à aterosclerose e ao enrijecimento das artérias.

Isso, por sua vez, pode levar a bloqueios ou obstruções de vasos sanguíneos e também ao enfraquecimento das paredes das artérias, o que pode resultar em ruptura.

O risco de AVC é diretamente proporcional aos níveis de pressão arterial.

Diabetes

Pacientes com diabetes têm um risco aumentado de apresentarem um AVC.

Estudos demonstraram que diabéticos apresentam um risco maior de um AVC quando comparados a não diabéticos, independente da presença de outros fatores de risco.

De uma maneira geral, o risco de AVC é cerca de duas vezes e meia maior em diabéticos do que em pacientes sem diabetes.

Altas taxas de colesterol e triglicérides

O colesterol é uma substância gordurosa encontrada em sua corrente sanguínea e nas células.

O corpo produz colesterol que é necessário para formação das membranas das células e dos hormônios.

Altas taxas de colesterol podem aumentar o risco de AVC indiretamente, aumentando o risco de doenças cardíacas que por sua vez são importantes fatores de risco para AVC.

Além disso, a formação de placas de gordura nas artérias carótidas pode causar bloqueio do fluxo de sangue para o cérebro, e assim causar um AVC isquêmico.

Tabagismo

Estudos demonstram que o tabagismo é um importante fator de risco para AVC.

A fumaça do cigarro pode produzir diversos efeitos nas artérias do cérebro levando a danos importantes.

Fumar aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.

Mulheres que fumam e tomam anticoncepcionais têm um risco aumentado de AVC.

Sedentarismo

Sedentarismo é um fator de risco para doenças cardiovasculares e AVC.

Exercícios regulares e moderados ajudam a prevenir doenças cardíacas e AVC.

A atividade física também ajuda a controlar o colesterol, diabetes e a obesidade, e a pressão arterial.

Doenças cardíacas

As doenças cardíacas, principalmente a doença das artérias coronárias, têm vários fatores de riscos comuns no AVC.

Portanto, portadores de doença coronariana apresentam um risco maior de terem um AVC do que pacientes sem doença coronariana.

A fibrilação atrial aumenta o risco de AVC e sendo diagnosticada deve ser prontamente tratada.

Atendimento inicial do paciente com AVC

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma emergência médica  e o paciente deve ser encaminhado a um hospital adequado.

O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas, avaliação neurológica rápida e realização de um exame de imagem (tomografia) é necessário.

Após a realização do exame de imagem é possível definir se o paciente está apresentando um AVC isquêmico ou hemorrágico.

O tratamento do AVC isquêmico já utilizado em todo o mundo há vários anos pode ser realizado com medicamento trombolítico, que possui a capacidade de dissolver o coágulo sanguíneo que está entupindo a artéria cerebral, causando a isquemia.

Este tipo de medicamento pode ser administrado na veia nas primeiras 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas.

O tratamento do AVC hemorrágico consiste na admissão precoce a uma unidade com capacidade de monitorização neurológica para adequado controle da pressão arterial e de alterações do exame neurológico. Em alguns casos é importante que seja realizada neurocirurgia, portanto o hospital que trata o paciente com AVC teve ter a capacidade de contar com avaliação rápida de um neurocirurgião.

Tanto o AVC isquêmico quanto o hemorrágico se beneficiam de um adequado e precoce controle dos níveis de glicemia e prevenção de febre.

Exames complementares como eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassom Doppler de carótidas, Doppler transcraniano e exames de laboratório ajudam a identificar a causa do AVC e a iniciar tratamento adequado o mais precocemente. T

Tais exames são frequentemente realizados nas primeiras 48 horas após um AVC isquêmico.

O que fazer diante da suspeita de AVC?

A identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e o tratamento adequado, além de redução de incapacidades.

Cada minuto é importante, pois quanto mais tempo entre o surgimento dos sintomas e o início do tratamento adequado maior a lesão no cérebro.

O Ambulatório Neurovascular atende encaminhamentos dos usuários do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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