A ideia por trás do projeto da equipe Tyrrel era de melhorar a aerodinâmica e reduzir arraste do carro de F1.
Usando dois pares de rodas na parte dianteira.
Até então, nunca pensado por um projetista de F1.
O carro era o P34 – 6 rodas.
Foi pilotado por Patrick Depailler.
Derek Gardner, o projetista da equipe, decidiu projetar um carro que garantisse uma maior aderência das rodas dianteiras, para que pudessem curvar mais depressa.
E para ele, a melhor maneira era de colocar. duas rodas, de 10 polegadas cada, na parte dianteira do carro.
O projeto foi desenvolvido no mais completo segredo.
Derek Gardner foi genial, mas o P34 respondeu de forma inversa ao que o projetista imaginava.
Em princípio a ideia de Gardner era ter um carro muito veloz em reta, o que não ocorreu .
Só andava bem na pista da Suécia, pois havia curvas de 180 graus.
Com a falta de desenvolvimento da Goodyear para as medidas dos pneus dianteiros de 10 polegadas, o desempenho começou a cair, e o projeto foi abandonado no final de 1977.
Mais tarde, a F1 mudaria as regras para permitir que somente carros com quatro rodas competissem na F1.
Os pneus das rodas dianteiras rodavam mais velozmente, gerando um calor brutal, e os pneus “desmanchavam” de tanto calor gerado pelo atrito com o solo.
A Goodyear não conseguiu resolver o problema, e não desenvolveu novos compostos para os pneus de 10 polegadas, e o projeto tinha tantos problemas que acabou abandonado.
A revolução não funcionou.
Fim do projeto.
Pois bem…
E ao refletir sobre o “PBL made in Brazil”, percebo que é revolucionário, como o P34 da Tyrrel.
Revolucionário mesmo !
Sem aulas, sem laboratórios (patologia, fisiologia, farmacologia, histologia, microbiologia), “professores colaboradores” sem Residência Médica supervisionando alunos do Curso de Medicina , e sem conteúdos mínimos nas disciplinas do curso de medicina.
E ainda sem compromisso de alguns docentes, que na verdade, se escondem atrás do revolucionário método “PBL made in Brazil”, e não discutem absolutamente nada, se escondendo por detrás do modelo pedagógico.
Contudo, apontam o caminho da biblioteca [é bom lembrar que há poucos livros nessas faculdades, e desatualizados] para a busca de informações pelo aluno.
E aqui no Brasil a revolução pedagógica parece caminhar para o modelo P 34.
Os alunos estão com mentes bem chamuscadas de filosofia “PBL made in Brazil ou à brasileira”, tais como os pneus dianteiros do P 34 que derretiam no calor das pistas de F1.
O P34 da equipe Tyrrel não terminou bem.
O “PBL made in Brazil ” precisa de mudanças urgentes para não repetir o fiasco do P 34 !
O tempo mostrará o fiasco pedagógico do projeto revolucionário “PBL made in Brazil”.
“Jamais haverá ano novo se continuar copiar os erros dos anos velhos”.
Luís Vaz de Camões