Revoluções Virtuosas ou Perigosas. Equipe Tyrrel e o PBL made in Brazil. Uma analogia!

RUSHAno de 1976.

A ideia por trás do projeto  da equipe Tyrrel era de melhorar a aerodinâmica e reduzir arraste do carro de F1.

Usando dois pares de rodas na parte dianteira.

Até então, nunca pensado por um projetista de F1.

O carro era o P34 – 6 rodas.

Foi pilotado por Patrick Depailler.

Derek Gardner, o projetista da equipe, decidiu projetar um carro que garantisse uma maior aderência das rodas dianteiras, para que pudessem curvar mais depressa.

E para ele, a melhor maneira era de colocar. duas rodas, de 10 polegadas cada, na parte dianteira do carro.

O projeto foi desenvolvido no mais completo segredo.

Derek Gardner foi genial, mas o P34 respondeu de forma inversa ao que o projetista imaginava.

Em princípio a ideia de Gardner era ter um carro muito veloz em reta,  o que não ocorreu .

Só andava bem na pista da Suécia, pois havia curvas de 180 graus.

Com a falta de desenvolvimento da Goodyear para as medidas dos pneus dianteiros de 10 polegadas, o desempenho começou a cair,  e o projeto foi abandonado no final de 1977.

Mais tarde, a F1 mudaria as regras para permitir que somente carros com quatro rodas competissem na F1.

Os  pneus  das rodas dianteiras rodavam mais velozmente, gerando um calor brutal, e os pneus “desmanchavam” de tanto calor  gerado pelo atrito com o solo.

A Goodyear não conseguiu resolver o problema,  e não desenvolveu novos compostos para os pneus de 10 polegadas, e o projeto tinha tantos problemas que acabou abandonado.

A revolução não funcionou.

Fim do projeto.

Pois bem…

E ao refletir sobre o “PBL made in Brazil”, percebo que é revolucionário, como o P34 da Tyrrel.

Revolucionário mesmo !

Sem aulas, sem laboratórios (patologia, fisiologia, farmacologia, histologia, microbiologia), “professores colaboradores” sem Residência Médica supervisionando alunos  do Curso de Medicina , e sem conteúdos mínimos nas disciplinas do curso de medicina.

E ainda sem compromisso de alguns docentes, que na verdade, se escondem atrás do revolucionário método “PBL made in Brazil”, e não discutem absolutamente nada, se escondendo  por detrás do modelo pedagógico.

Contudo, apontam o caminho da biblioteca [é bom lembrar que há poucos livros nessas faculdades, e desatualizados] para a  busca de informações  pelo aluno.

E aqui no Brasil a revolução pedagógica parece caminhar para o modelo P 34.

Os alunos estão com mentes bem chamuscadas de filosofia “PBL made in Brazil ou à brasileira”, tais como os pneus dianteiros do            P 34 que derretiam no calor das pistas de F1.

O P34 da equipe Tyrrel não terminou bem.

O  “PBL made in Brazil ” precisa de mudanças urgentes para não repetir o fiasco do P 34 !

O tempo mostrará o fiasco pedagógico do projeto revolucionário “PBL made in Brazil”.

“Jamais haverá ano novo se continuar copiar os erros dos anos velhos”.

Luís Vaz de Camões

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