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50 tons de cinza do PBL made in Brazil em cursos de medicina

50 tons de cinza - gravataO “PBL made in Brazil ou à brasileira” é uma  tremenda farsa pedagógica nos cursos de medicina.

Com a promessa de que o aluno deve estudar e buscar suas dúvidas em conhecimento, e o professor impedido de ensinar ou dar aulas, as situações bizarras e surreais que se apresentam no dia a dia são inúmeras.

Incontáveis…

Vejam as 50 frases ditas pelos “facilitadores de ensino”  em cenários de ensino-aprendizagem:

1- a aprendizagem é em espiral !

2- o importante é aprender a aprender.

3- o importante é a busca e não o conteúdo .

4- primeira aproximação.

5- sucessivas aproximações.

6- você aprenderá quando for significativo para você.

5- não estresse uma hora você entende isso.

6- sua questão é de alta taxonomia ?

7- você está limitando o conhecimento somente a biologia !

8- e a integralidade do cuidado ?

9- aprendeu isso minimamente ?

10- estou aqui para ajudar vocês.

11- conhecimento transmitido em sala de aula é perda de tempo !

12 – como você se sentiu ao atender o paciente ?

13- você refletiu seu confronto experiencial ?

14- nossa que pensamento reducionista !

15- vamos avaliar a atividade de hoje.

16- você poderia se autoavaliar, após os outros alunos, e depois o facilitador ?

17- isso é contra o  método !

18- você poderia dispensar os medicamentos na rede de atenção básica depois da consulta  ficando no almoxarifado ?

19 – não gostei da sua participação na atividade de hoje !

20 – sua participação na atividade foi muito aquém do esperado.

21- você poderia melhorar sua comunicação ?

22- hoje não é o momento para você aprender isso.

23- nossa vocês parecem revoltados !

24- como vocês são imaturos !

25- vou terá mais duas chances para você responder essa pergunta na qual você foi insatisfatório!

25- conceito satisfatório.

26- conceito insatisfatório.

27- Plano de Recuperação.

28- Formato F2.

29- Formato F3.

30- Formato F4.

31- Formato F5.

31- Unidade Educacional  Eletivas (UEE).

32- Unidade de Prática Profissional (UPP).

33- Laboratório de Prática Profissional (LPP).

34- Unidade Estruturada Sistematizada (UES).

35- Portfólio Reflexivo.

36- Teste de Progresso.

37- Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC).

38- Exercício de Avaliação da Prática Profissional (EAPP).

39 – Iniciação Científica.

40- Formação Generalista.

41- Formação crítico-reflexiva.

42- Formação Política.

43- Responsabilidade Social.

44- Vivência da Prática.

45- Síntese Provisória.

46- Busca qualificada.

47- Nova Síntese.

48- Currículo Integrado.

49- Orientação Curricular por Competências.

50- Biopsicossocial.

Formalmente parece uma maravilha.

Qualquer aluno que inicia o curso de medicina logo aprende todos esses “tons do PBL”, e logo se estimula a frequentar a rede de atenção básica de saúde.

Parece um sonho sair do ensino médio, e aplicar o  biopsicossocial na gloriosa UPP.

Três anos depois, e às vezes menos que isso, a frustração é enorme.

A constante orientação de sentir,  refletir, refletir e sentir…

Nada de conteúdos, e temas de medicina em aulas e seminários.

Não pode !

Isso é contra o método !

Claro que é uma ditadura pedagógica disfarçada de pedagogia de vanguarda.

Fere de morte a Constituição Federal em seu artigo 206. em seus incisos II e III, que afirma:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

II –  liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III –  pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, (…).

Isso os defensores do “PBL made in Brazil” não ensinam aos alunos.

A democracia no ensino !

Professor pode sim dar aulas, optar por seminário e aplicar provas.

Critérios objetivos de avaliação pelo método tradicional de ensino são substituídos pelos conceitos subjetivos de avaliação: satisfatório ou insatisfatório.

Muitos alunos são perseguidos se questionarem  o modelo de ensino.

Importar modelo de ensino de outros países – Canadá e Holanda- para ser aplicado em uma país continental como o Brasil, na qual já se sabe que o  ensino médio vai de mal a pior é uma tragédia anunciada.

E os professores vistos no modelo de ensino tradicional, segundo assevera  Paulo Freire, como “opressores”, serão substituídos pelos licenciosos e dissimulados “facilitadores de ensino” ou, ainda pior, os professores colaboradores (médicos da prefeitura sem nenhum vínculo com a faculdade) para avaliarem os alunos de maneira ditatorial.

Muitos desses “professores colaboradores” nem Residência Médica têm.

Muitas dessas faculdades de medicina não há pedagogos, mas alguém que passa ou exerce esse papel na faculdade de medicina.

Conceito Satisfatório ou Insatisfatório, eis a questão, parafraseando William Shakespeare.

Por fim, ao aluno inserido nesse modelo de ensino-aprendizagem só poderá ser egresso do curso de medicina com graves prejuízos em sua formação acadêmica:

É o aluno formado no Brasil nas faculdades de medicina modelo Famemam:

Faculdade de Medicina de Ensino Mutilante, Anacrônico e Mínimo !

50 tons de cinza