Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos alunos Andre Zambrana, Cibele Tangoda, Felipe Biscegli Cid,   sobre Cefaleias Primárias – Ambulatório de Cefaleia Primária – Ambulatório Mário Covas – Famema.

O diagnóstico correto das cefaleias depende principalmente das informações fornecidas pelo paciente a respeito das características da sua dor.

A seguir, relacionaremos alguns aspectos sobre os quais seu médico poderá lhe interrogar:

Tempo de início da dor – Seu médico deverá lhe perguntar há quanto tempo você apresenta dor de cabeça. Se você sofre de cefaleia há muitos anos, tente recordar desde que idade aproximadamente passou a apresentar esse sintoma, mesmo que sua frequência fosse diferente da atual. Se o fato é recente, procure estabelecer o mais precisamente possível há quantos dias ou meses se iniciou.

Mudanças nas características da dor – É importante que você informe ao médico se a dor de cabeça que sente atualmente é semelhante às anteriores ou se é de um novo tipo. Pode ocorrer, também, que a dor seja semelhante à de sempre, mas que se tenha tornado mais frequente.

Frequência das crises – A frequência das crises é uma importante informação para o diagnóstico e difere grandemente de um tipo para outro de dor de cabeça, podendo ser diária, quase diária ou esporádica. Procure estabelecer aproximadamente quantas vezes por mês, por semana ou por dia a dor se manifesta. Observe, também, se suas dores seguem um padrão de agrupamento, ou seja, se há períodos em que ocorrem várias crises por dia, durante semanas ou meses, seguidas por intervalos de meses ou anos sem dor.

Duração das crises – O tempo de duração de cada episódio de dor varia de acordo com o tipo de cefaleia, podendo ser desde uma fração de segundo até dor contínua (o indivíduo desperta, passa o dia e vai dormir com a dor) por dias, semanas, meses ou anos. Informe da maneira mais precisa possível, o tempo de duração de suas crises de dor.

Intensidade da dor – Este é um outro aspecto muito útil para o diagnóstico. A intensidade da dor pode ser classificada de uma forma simples em fraca, moderada ou intensa, segundo o critério a seguir:
Fraca – dor que não interfere com as atividades da vida cotidiana (trabalho, obrigações domésticas, estudo, esporte, etc)
Moderada – dor que não impede, mas interfere com as atividades
Forte – dor que impede as atividades

Localização habitual da dor – Para algumas formas de cefaleia, a localização da dor pode ser uma informação importante. Observe e informe ao seu médico se as dores costumam acometer toda a cabeça ou se, pelo menos, em algumas crises a dor ocorre em apenas um dos lados. Se a dor for unilateral, observe se há alternância de lado entre as crises ou se elas ocorrem exclusivamente à direita ou à esquerda.

Qualidade da dor – As dores de cabeça podem ser pulsáteis ou latejantes, constantes, em peso ou aperto (sensação de uma faixa apertada, turbante ou capacete), em pontadas, em choque, em queimação e de muitas outras formas de acordo com a percepção do paciente. Esse dado pode ajudar a esclarecer qual a sua modalidade de dor de cabeça.

Fatores desencadeantes – Algumas formas de cefaleia podem ser desencadeadas quando o paciente é submetido a certos fatores deflagradores (ou desencadeantes). Os mais frequentemente relatados são: alterações emocionais; atraso na ingestão de alimentos (suprimir refeições, jejum prolongado); mudanças de horário de sono (dormir demais ou de menos); alimentos e produtos da dieta (chocolate, queijos, frutas cítricas, frutas oleaginosas, vinhos tintos, cerveja, embutidos, aspartame, glutamato monossódico, cafeína); posições viciosas do pescoço. Em alguns pacientes a dor pode ser desencadeada por estímulos em determinados pontos da cabeça (pontos de gatilho). Se você perceber correlação entre sua dor e algum desses ou outros deflagradores, anote e informe. Isso poderá ser útil no diagnóstico e também no tratamento.

Fenômenos acompanhantes – Diferentes modalidades de cefaleia acompanham-se de outros fenômenos além da dor. Observe se apresenta algum deles: intolerância à luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) ou aos odores (osmofobia); náusea; vômitos; rebaixamento de uma das pálpebras (ptose); lacrimejamento ou vermelhidão de um dos olhos; congestão nasal ou coriza.

Fatores de agravamento ou de alívio – Procure verificar se sua dor se acentua quando você executa atividades como, por exemplo, caminhar, subir escadas, ou quando abaixa a cabeça. Observe também o que lhe proporciona algum alívio (excetuando-se as medicações) como dormir, repouso, aplicar gelo na cabeça, etc.

Outras informações – Informar quais os medicamentos que você vem utilizando e outros que já experimentou para o tratamento das crises e para a prevenção de sua dor de cabeça, bem como o resultado obtido com eles. Informe, também, se possui outros problemas de saúde que podem influir na escolha da medicação mais adequada para você como: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardíacas, asma, úlcera péptica ou gastrite, depressão, epilepsia, glaucoma, constipação, doenças da tireóide e cálculos renais.

Fonte- Sociedade Brasileira de Cefaleia

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