Enxaqueca. Seminário. Curso de Medicina da Famema

enxaqueca loiraSeminário de Enxaqueca apresentado  pela acadêmica Lívia Tamai  no Ambulatório de Cefaleia -Ambulatório Mario Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde no ano de 2010.

Interessante discussão sobre a Enxaqueca ou Migrânea com ênfase em epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento.

Importante dizer que as mulheres apresentam essa doença em prevalência maior que os homens, independente da faixa etária, e seu componente genético é importante, pois outros membros da família podem apresentar essa condição clínica.

Não há cura da migrânea ou enxaqueca, mas com as novas drogas surgidas nos últimos anos, e melhor compreensão de sua fisiopatogenia, a remissão dos sintomas tem se tornado frequente na última década.

Os anticonvulsivantes têm mostrado resultados interessantes no arsenal terapêutico para o tratamento com eficácia.

Definição
A enxaqueca é uma desordem hereditária de descontrole dos mecanismos antinociceptivos presentes no nervo trigêmio.

Prevalência
A prevalência da enxaqueca nos adultos está estimada entre 2,0 a 10 % em alguns estudos populacionais, com predomínio no sexo feminino.

Na população infantil abaixo de 15 anos, a prevalência é em torno de 4% sem diferença entre os sexos nas idades menores.

Classificação
A classificação da enxaqueca tem sido objeto de discussão, mas podemos admitir:

I) Enxaqueca clássica

2) Enxaqueca comum

Quadro Clínico

A enxaqueca é uma síndrome com sinais e sintomas variados e que quase invariavelmente apresenta a cefaleia recorrente com caráter latejante, sintomas autonômicos acompanhantes como náusea ou vômitos e palidez,  fonofotofobia e fotofobia, e história familiar positiva.

A enxaqueca clássica é aquela em que ocorre desordem neurológica como aura ou que continua ou persiste após a cefaleia. Quando há fenômenos visuais como escotomas , hemianopsia, visões espectrais, precedendo a cefaleia em minutos ou até uma hora, é a enxaqueca clássica propriamente dita.

A enxaqueca comum é a cefaleia recorrente durando horas até 72 horas, sem aura, associada a distúrbios gastroenterológicos, caráter latejante de dor, eventualmente unilateral e acompanhada de fotofonofobia e história familiar.

A enxaqueca basilar é aquela onde os sintomas principais são decorrentes de disfunção do tronco cerebral no território vertebrobasilar. Os sintomas são vertigem, ataxia, zumbido, disartria, parestesia nos membros e perioral bilateralmente, visão em túnel, alteração de consciência inclusive síncope.

A enxaqueca hemiplégica é rara, e em geral tem história da ocorrência em outros membros da família em episódios enxaquecosos semelhantes , acompanhados de hemiparesia ou hemiplegia que podem alternar de lado em crises subsequentes; quase sempre regridem ou podem deixar sequelas como epilepsia.

A enxaqueca oftalmoplégica é aquela onde ocorre uma paralisia ocular, em geral no III nervo craniano.

Equivalente de enxaqueca ou enxaqueca abortiva ou dissociada é a ocorrência de episódio considerado substituto da crise de enxaqueca, desacompanhada de cefaleia. Fazem parte a ocorrência em enxaquecosos de dor abdominal recorrente, vertigem paroxística, pseudoangina, vômitos cíclicos, dores do crescimento, estado confusional e amnésia global transitória.

Etiopatogenia e fisiopatologia
A enxaqueca é uma afecção hereditária. A fisiopatologia ainda já está totalmente esclarecida e se admite que ocorram fenômenos biológicos tais como: vasodilatação intra e extracraniana, liberação de serotonina plaquetária, aumento de ácidos graxos livres no plasma, ativação plaquetária, diminuição da concentração plasmática de noradrenalina e da atividade da monoaminooxidase plaquetária, aumento da concentração liquórica de gama-aminobutirato. Outros fenômenos como depressão alastrante de Leão, alterações imunológicas, e endorfinas, também devem estar implicados .

Tratamento
O tratamento da enxaqueca visa abortar as crises ou prevenir sua ocorrência.

O tratamento preventivo é preconizado quando a frequência de crises é de duas ou mais por mês ou não há resposta adequada ao tratamento crítico e as crises são incapacitantes e prolongadas .

O Ambulatório de Cefaleia atende encaminhamentos do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

 Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

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