Arquivo da tag: Ambulatório Neurovascular- Milton Marchioli-Famema

Acidente Vascular Cerebral. Principais fatores de risco. Seminário. Curso de Medicina da Famema

avc velhinhaSeminário apresentando pelos alunos Laura Beatriz Kracker Martucci, Mariana Said Moreira, Paula Consoline Micheletto, Taís Albano Hernandes e Vithor Zuccaro Wajsman em estágio no Ambulatório Mario Covas-Ambulatório de Cefaleia – Disciplina Educação em Ciências da Saúde- 4ºano do curso de medicina da Famema.

Introdução

Conhecido popularmente como “derrame cerebral”, o Acidente Vascular Cerebral é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental.

O AVC pode ser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menor grau, de fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do cérebro, determinando o sofrimento ou morte desta (neste caso, chamado infarto) e, consequentemente, perda ou diminuição das respectivas funções.

Existem basicamente dois tipos de AVC:

a) Isquêmico: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.

b) Hemorrágico: quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.

Fatores de Risco para o AVC

Fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC.

É imprescindível a sua caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco.

Os principais são:

a. Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC.

Quando a pressão arterial estiver acima do normal temos a hipertensão arterial. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia. 

b. Doença Cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC.

As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc

c. Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

d. Fumo: sempre devemos evitá-lo; é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco.Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais viscoso (concentrado) ao longo dos anos (aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial. 

e.Uso excessivo de bebidas alcoólicas: os níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

f. Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de glicose no sangue está elevado. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.

g. Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.

h. Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.

i. Raça: é mais freqüente na raça negra.

j. História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, AIT, infarto do miocárdio ou doença vascular de membros têm maior probabilidade de apresentar AVC.

k. Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

l. Sangue muito viscoso: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônica,  ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos. 

m. Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pilulas, mas o médico deve avaliar cada caso. 

n.Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.

Exames Complementares

Os exames mais comuns são:

  1. exames laboratoriais de sangue, urina, líquido cefalorraquiano (líquor)
  2. avaliação cardíaca e pulmonar, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax;
  3. exames de imagem do crânio (cérebro), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, angiografia cerebral;
  4. outros exames: ultrassonografia das artérias carótidas e vertebrais, etc
Tratamento

Utilização de antiagregantes plaquetários, e quando possível se atendido dentro de 4 horas e meia do início dos sintomas, a prescrição de utilização de trombolíticos em Unidades de AVC.

Após fisioterapia, controle das comorbidades e plano de reabilitação.

O Ambulatório Neurovascular recebe usuários do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Acidente Vascular Cerebral. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos do 4º ano do curso de medicina da Famema -Lucas Nakasone M. Silva, Luiz Villanova e Affonso, Maitê Freire Cardoso, Mariana M. Sakugawa e Vanessa Ap. de Lima- Ambulatório Neurovascular- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de cinco milhões de pessoas morrem, anualmente, em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame. No Brasil, este índice é de aproximadamente 100 mil casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Desse total, 43 mil ocorrem na região Sudeste: 21 mil em São Paulo e quase 11 mil no Rio de Janeiro. Quando não  mata, o mal leva a sequelas graves que atingem em torno de 50% dos sobreviventes.

Por fim, sabe-se que a doença é mais comum após os 40 anos, embora possa surgir em qualquer idade.

Mas estudos mostram que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é cada vez mais frequente em indivíduos com menos de 40 anos.

De acordo com o DATASUS, o banco de dados do Ministério da Saúde, entre 1998 e 2007, houve um crescimento de 64% nas internações por AVC (Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame) entre homens de 15 a 34 anos, e de 41% entre mulheres na mesma faixa etária.

O Ambulatório Neurovascular recebe encaminhamentos de usuários do SUS do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Em defesa do SUS !

avc- epidemiologia

Acidente Vascular Cerebral: epidemiolgia, comorbidades e uso de anticoagulantes e antiagregantes

Seminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema Gabriel Augusto Queijo e Fernando Tadeu Orlato Rossetti no Ambulatório Neurovascular-Ambulatório Mario Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

Dados retirados do DATASUS mostram que no Brasil o número de internações ultrapassa 225.000 e a mortalidade atinge 88.000 pessoas anualmente.

A denominação AVC envolve duas grandes entidades etiológicas com fisiopatologias completamente distintas:
o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), que ocorre em até 85% dos casos, e o hemorrágico (AVCH).

A embolia por fonte cardíaca é responsável por aproximadamente 20% dos AVCIs. Desses, metade é causada por trombos originados no átrio esquerdo em decorrência de fibrilação atrial não valvar; a outra metade divide-se entre trombos originados no ventrículo esquerdo (infarto agudo do miocárdio e miocardiopatia dilatada) e por doença valvar.

O AVC nos EUA foi responsável, em 2007, por custos diretos e indiretos da ordem de 34 bilhões de dólares.

Os custos considerados diretos, como cuidados médicos, internações, visitas ambulatoriais, visitas a emergência e medicamentos representaram 18,8 bilhões de dólares.

É importante destacar que o AVC compartilha muitos dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, mas exibe uma complexidade etiológica muito maior. Notavelmente, em grande parte das vezes, as afecções cardiovasculares tornam-se comorbidades em um paciente com AVC; além disso, é frequente que as doenças cardiovasculares assumam o papel de causa principal do AVC.

O AVCI, assim como a maioria das doenças cardiovasculares, tem incidência concentrada sobremaneira no indivíduo com mais de 55 anos de idade, faixa em que também se concentra o surgimento da maioria de seus fatores de risco. Por essa razão, a idade é, em si própria, um desses e irá somar-se ao sexo, raça e herança genética para constituírem os principais fatores de risco não modificáveis.

Os negros e hispânicos homens (e outros latino-americanos, como os brasileiros) constituem grupos de risco para afeção pela doença.

As medidas de maior impacto para o controle da doença são justamente as tomadas com a finalidade de prevenção (primária e secundária) e direcionadas aos fatores de risco chamados modificáveis.

Desses, de longe a hipertensão arterial (HAS) é o mais importante e que comprovadamente ocasiona o maior risco tanto para a doença isquêmica quanto para a hemorrágica. A elevação crônica da pressão arterial contribui para a aterosclerose da aorta, das artérias do coração e do cérebro, e dos pequenos vasos, além de sustentar o desenvolvimento de outras complicações cardíacas.

Diabetes mellitus e tabagismo completam a tríade dos principais fatores de risco para AVC. O último parece influenciar tanto na formação de trombos quanto no processo de aterosclerose dos vasos10. Diabetes é sabidamente relacionado a doença de pequenos vasos e o controle glicêmico nesses pacientes, em especial nos que já tiveram o primeiro episódio de AVC, deve ser o mais rigoroso possível.

A dislipidemia, embora sem tanta sustentação epidemiológica como nas doenças cardiovasculares, tem também seu papel no AVCI e seu controle está associado à diminuição da recorrência de eventos cerebrovasculares.

Outros fatores de risco bem definidos para o AVCI incluem a obesidade, estilo de vida sedentário, dieta pouco saudável e condições como estenose carotídea, fibrilação atrial e anemia falciforme.

Classicamente, o AVCI, por suas múltiplas possibilidades etiológicas, tem suas causas classificadas em cinco grandes grupos: doença de pequenas artérias, doença aterosclerótica de grandes artérias (placas de ateroma, estenoses e oclusões), embolia cardíaca, outras causas determinadas (dissecção, trombofilias, infecções) e causas indeterminadas.

A embolia por fonte cardíaca é responsável por aproximadamente 20% dos AVCIs. Desses, metade é causada por trombos originados no átrio esquerdo em decorrência de fibrilação atrial não valvar; a outra metade divide-se entre trombos originados no ventrículo esquerdo (infarto agudo do miocárdio e miocardiopatia dilatada) e por doença valvar.

Os trombos gerados caminham até a porção distal dos vasos intracranianos, quando acabam por oclui-los, podendo causar sintomas clínicos tão catastróficos quanto os que acompanham a síndrome do topo de basilar por exemplo. Outras vezes, os sintomas instalados resolvem-se ou amenizam-se espontaneamente, resultado da recanalização do vaso ocluído que costuma ocorrer mais frequentemente em casos de embolia.

A fibrilação atrial é a arritmia mais frequente da população idosa e chega a aumentar em 20 vezes o risco de AVCI nestes indivíduos.

Seu tratamento vem sofrendo grandes inovações, com o surgimento de diversos agentes anticoagulantes orais em alternativa aos antagonistas da vitamina K antigos, mas em uso até hoje.

O tratamento dessa doença tem sofrido considerável progresso, principalmente a partir de 1995, quando foram publicados os resultados do NINDS rt-PA Study Group, onde pacientes submetidos a trombólise com alteplase em até três horas do início dos sintomas apresentavam chance 30% maior de evoluir sem incapacidade funcional em três meses.

A literatura médica mostra que o principal fator que impede o uso de trombolítico é justamente a janela terapêutica, dando assim grande importância à identificação precoce dos sinais e sintomas do AVC e à rápida locomoção até os centros de emergência. Trazendo assim a concepção, tanto aos profissionais de saúde quanto ao público leigo, que o AVC é realmente uma emergência médica.

O AVC isquêmico que envolve o território carotídeo pode-se manifestar com isquemia retiniana e encefálica (com síndromes neurológicas que associam déficit de funções corticais, como afasia, e déficit motor e/ou sensitivo). Já o AVC isquêmico do sistema vertebro-basilar pode apresentar sintomas como vertigem e ataxia, anormalidades na movimentação ocular, diplopia, hemianopsia e déficit motor e/ou sensitivo unilateral ou bilateral.

Os sintomas mais comuns na instalação de um AVC são:
• Alteração de força e/ou sensibilidade em um ou ambos os lados do corpo
• Dificuldade para falar
• Confusão ou dificuldade para entender e se comunicar
• Dificuldade para a marcha ou equilíbrio
• Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos
• Cefaleia súbita e intensa
• Rebaixamento do nível de consciência
• Desvio de rima labial

Para diagnóstico acurado, confirmação diagnóstica e exclusão de outras patologias, deve-se proceder logo que houver suspeita de AVC, aos seguintes passos e exames básicos e imprescindíveis:
• Anamnese: deve-se questionar a forma de instalação e evolução dos sintomas, atividade realizada no momento da instalação, horário do início, sintomas relacionados, medicamentos em uso e antecedentes clínicos;
• Exame clínico: deve incluir além do convencional, o exame vascular periférico, e ausculta dos vasos do pescoço;
• Exame neurológico e uso de escalas: escala de coma de Glasgow e escala de AVC do National Institute of Health (NIHSS);
• Exames laboratoriais: glicemia capilar, hemograma completo com plaquetas, sódio, potássio, ureia, creatinina, glicemia sérica, coagulograma completo e troponina;
• Exame de imagem: tomografia computadorizada do crânio sem contraste é o método mais disponível, porém, a ressonância magnética pode ser realizada.

O ambulatório Neurovascular recebe encaminhamentos  de 62 municípios do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.

Martin Luther King

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

confusionSeminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de Medicina da Famema Cybelle Adourian Louback, Douglas Tsunemi e Erica Almeida abordando o tema Acidente Vascular Cerebral Isquêmico no Ambulatório Neurovascular -Ambulatório Mario Covas- disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

No seminário apresentando pelos há importante revisão de  literatura com apontamentos para a epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico pelos exames de imagens – tomografia e ressonância magnética.

É fato que houve avanço para o diagnóstico precoce do Acidente  Vascular Cerebral Isquêmico, e que tal situação fática somente foi possível com o descobrimento da tomografia computadorizada e da ressonância magnética.

O diagnóstico precoce possibilita para os hospitais que apresentam Unidades de AVC (Stroke Unit) a utilização do rt-PA, um trombolítico que aplicado até 4,5 horas pode dissolver o coágulo  sanguíneo e minimizar a presença de sequelas neurológicas.

O ambulatório de Neurovascular recebe encaminhamentos de usuários do SUS de 62 municípios do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Em defesa de Saúde Pública com qualidade !

avc- na bahia