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Operadoras de Saúde e Cooperativas Médicas repassem valores baixos para a classe médica

Os baixos valores repassados pelas operadoras por consultas, procedimentos e exames estão no centro das reivindicações dos médicos.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece um teto, mas não impõe uma regulamentação – os valores dependem de negociação direta entre a classe médica e os planos de saúde.

Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), a remuneração é variável e depende das particularidades de cada plano – os valores estão associados ao número de vidas cobertas no plano, ao tipo de plano e de cobertura, entre outros fatores.

Por isso, alguns planos pagam mais e outros menos pelo mesmo procedimento ou consulta.

De acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante de 15 grupos de operadores de saúde, os reajustes para procedimentos e consultas são feitos com regularidade, com índices sempre acima da inflação e também do índice praticado pela ANS.

No dia 05 desse mês o Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) fez um protesto pela ruas da cidade de São Paulo.

Médicos lutando por melhor remuneração dos planos de saúde.

Abaixo, alguns exemplos de valores repassados pelas operadoras por procedimentos.

Vale ressaltar que são valores médios.

Dependendo do plano, o repasse pode ser maior ou menor.

COMPARE OS HONORÁRIOS PAGOS AOS MÉDICOS

O que pode ser comprado* com o valor de alguns procedimentos**

Biópsia incisional (retirada de lesão dermatológica, como pintas): R$ 8,17

Recarga mínima de celular da Vivo (R$ 8,00)

Exame cardiológico eletrocardiograma: R$ 10,00

Revista semanal Carta Capital (R$ 9,90)

Raio X dos seios da face: R$ 24,75

Entrada inteira de cinema no Shopping Bourbon, de 6ª a domingo e feriado (R$ 24,00)

Ultrassonografia do abdome inferior feminino (bexiga, útero, ovário e anexos): R$ 33,52

Pedicure na rede de cabeleireiros Soho (R$ 32,00)

Ultrassonografia Obstétrica: R$ 43,32

Jantar no Restaurant Week (R$ 43,90)

Consulta ambulatorial: R$ 45,00

Lavagem de carro grande completa na rede Dry Dream (R$ 40,00)

Teste ergométrico: R$ 45,00

Pizza giga de mussarela de búfala na rede Domino’s (45,90)

Exame Holter 24 horas (aparelho que monitora o ritmo cardíaco durante um dia inteiro): R$ 60,00

Três combos Big Tasty + três casquinhas na rede Mc Donald’s (R$ 58,50)

Retirada de amígdala: R$ 75,00 a R$ 90,00

Corte de cabelo feminino na rede MGet (R$ 80,00 + R$ 15,00 da lavagem)

Retirada de útero: R$ 136,50

Passagem de ônibus São Paulo – Brasília pela Viação Real Expresso (R$ 140,41)

Parto: R$ 300,00

Mensalidade em plano trimestral na academia Runner (R$ 309,00)

*Valores médios pesquisados em São Paulo

**Valores médios pagos pelas operadoras de saúde aos médicos, segundo informações da Associação Paulista de Medicina (APM)

Fonte: Wanise Martinez – O Estado de S.Paulo

Sendo assim, melhor se ter outra profissão a ser médico no Brasil.

Muita responsabilidade civil para a baixíssima remuneração na prestação de serviços.

As cooperativas médicas não ficam muito distantes desses valores.

Tornaram-se na prática muito semelhantes às operadoras de saúde.

O “Estado de Bem-Estar’  aos cooperados proposto pelas cooperativas médicas não passa de letra morta.

Algumas pagam menos que algumas operadoras de saúde.

Se a cooperativa decretar falência, os cooperados respondem com seu capital social, e até com seus bens pessoais.

Um  tremendo risco  em se manter em cooperativa médica para receber em média RS 50,00/consulta,  e ainda arcar com seus bens pessoais em possível insolvência financeira futura.

Os médicos nunca acreditam que sua cooperativa médica poderá decretar falência.

A Unimed Paulista fechou as portas em 2000.

A Unimed Paulistana está em crise financeira desde 2006.

A classe médica muita apática aceita prestar serviço em qualquer plano de saúde acreditando que terá mais visibilidade  para se ter uma carteira de clientes.

Triste ilusão.

Ficam reféns do sistema.

E muitas dessas operadoras de saúdem acabam nem pagando os médicos pelas consultas e procedimentos médicos.

Ideal seria atender menos pacientes , uma justa remuneração,  e ao final, médico e usuário se sentirem satisfeitos ao final da  relação médico-paciente.

Reflexão para os mais incautos que acreditam que a medicina sem intermediários é impossível.

É possível sim.

As cooperativas e planos de saúde estão aviltando a remuneração médica..

Há uma crise nos planos de saúde em curso, e a ANS cada vez mais exige das operadoras de saúde e cooperativas médicas rol de procedimentos obrigatórios aos usuários.

A crise dos planos de saúde atinge a classe médica !

Para tanto uma Diretoria Administrativa com competência administrativa é imprescindível para avaliar os gastos das cooperativas médicas.

estetoscopio“Não adianta dizer: “Estamos fazendo o melhor que podemos”.  Temos que conseguir o que quer que seja necessário”.

Winston Churchill