Imaginar que em cinco anos ao terminar o curso de Bacharel em Direito, e logo no primeiro exame da OAB já ter sido aprovado na Ordem dos Advogados do Brasil foi a consolidação do projeto que almejamos desde o primeiro dia da graduação (2010-2014).
A sessão solene ocorreu no dia 18 de dezembro de 2015 e integraram a mesa o presidente Tayon Soffener Berlanga, o Procurador de Justiça de São Paulo Nadir de Campos Júnior, o conselheiro da OAB Miguel Angelo Guillen Lopes, o advogado decano Nadir de Campos, o advogado Bruno Ferrini Manhães Bacella, representante da Comissão do Jovem Advogado, e o advogado decano Cristovão Castilho
Sem imaginar que a sessão solene foi muito especial, já que havia advogados muito jovens em receber a Carteira de Advogado, e outros nem tão jovens [inclusive o autor do blog] …
A verdade é que adentrar e fazer parte do mundo jurídico é um desafio enorme para quem realmente quer lutar pela justiça, e não apenas pelo Direito, pois a advocacia é a única profissão expressamente regulamentada em seu exercício, na Constituição Federal:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Na atual sociedade a cleptocracia impera, e paradoxalmente os honestos são perseguidos nas instituições onde trabalham, e os pilantras, com face de com mocinho, ocupam os cargos de direção, e apenas estão ocupando esses cargos para se enriquecerem, mesclando o direito público ao privado.
Os advogados precisam denunciar as administrações fraudulentas no Ministério Público a fim de sanear as diretorias corruptas, truculentas e incompetentes na gestão de recursos públicos.
Desde que o mundo é mundo, o bem e o mal se digladiam, incessantemente.
Há milhões de pessoas no mundo lutando pelo bem.
Outros defendem o mal.
O bem e o mal são do Ser Humano.
A preponderância de um ou de outro depende das resistências e obstáculos de um lado, e do outro os favorecimentos e cooptações políticas que encontram, conforme os tempos e os lugares, mais de um e menos do outro.
As pessoas são corruptas até onde as instituições e as culturas deixam que sejam.
Somos todos iguais perante à Constituição Federal de 1988 (ricos ou pobres, brancos ou negros).
Nas entranhas do poder político está sediado o mal da cleptocracia (governo de ladrões). O Poder Jurídico (PF, MPF, MPE e Judiciário) deliberou fazer o controle rigoroso do poder político, de forma independente, e nunca antes na história política do Brasil.
O mal com que a cleptocracia brasileira está nos mutilando é do tipo “vil e desprezível, é o lodo, a baixeza, a degradação, a corrupção, a imoralidade, toda a casta de vícios, tormento inevitável dos ânimos generosos que os cegos caprichos do acaso designaram para espectadores destas cenas de opróbrio e de dor” (LISBOA, 1995).
O mal está presente, e é fato em todas as instituições do Brasil na atual república.
Uma República Velhaca !
E de espertalhões !
Tal como uma neoplasia maligna, o sistema democrático brasileiro vai sendo contaminado pela “cleptomania republicana”.
Uma vergonha para todos nós!
Como aduz Lisboa (1995) “se atarmos os braços a vãos receios e esperanças, deixando-nos atoar ao sabor dos acontecimentos, e aguardando que venha um novo Moisés com a mágica varinha abrandar o rochedo, e operar o milagre da regeneração, ficaremos para todo sempre transviados no deserto, sem jamais pôr os pés na cobiçada terra de promissão”.
Ser advogado é lutar para buscar a justiça do que são perseguidos pela cleptocracia presente nas instituições do Brasil.
A corrupção, tal como a violência, também foi banalizada.
Passou-se a conviver com o cleptomaníaco dos recursos públicos nas altas rodas da sociedade brasileira como se ele fosse o símbolo e o herói do progresso, admirado e bajulado por muitos.
Não podemos mais conviver com isso. Basta!
É preciso instalar-se, no País, uma “faxina ética” em larga escala, doa em que doer.
Não há espaços para a corrupção e comportamento “cleptocrático” para o homem de bem.
Não podemos assistir a tudo como meros espectadores, sem reagir, sem nos indignar, sem adotar providências urgentes e imediatas, sob pena de também sermos atores coadjuvantes neste teatro que encena a peça mais indigna da história brasileira, o da corrupção nacional e da “Instituição do Sistema Cleptocrático na República Federativa do Brasil”.
LISBOA, J. F. Jornal de Timon. Org.: José Murilo de Carvalho. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 33 e ss.