Epilepsia – Crises Epilépticas. Seminário. Curso de Medicina da Famema

epilepsia - roxoSeminário apresentado pelo acadêmico do 4º ano do curso de medicina Felipe Sanches Paro – Ambulatório de Cefaleia- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde – Famema sobre o tema Epilepsia e Crises Epilépticas.

O aluno de medicina necessita classificar os tipos de crises epilépticas para a escolha de fármacos adequados no sucesso no tratamento da Epilepsia.

A escolha inadequada de anticonvulsivantes pode comprometer o tratamento das crises epilépticas, e ainda provocar baixa adesão ao tratamento clínico instituído pelo neurologista ou por clínico Geral.

Epilepsia (epi=de cima e lepsem=abater) é palavra originada do grego que significa “algo que vem de cima e abate as pessoas”. “Um distúrbio elétrico originado no cérebro que provoca crises epilépticas”.

Na própria etimologia, a epilepsia foi premiada com um caráter místico, misterioso, religioso e mágico.

A superstição, a crendice, as ideias infundadas passaram a ser os maiores inimigos do epiléptico.

Crise convulsiva: É a manifestação motora ocasionada pela descarga de uma população neuronal anormalmente  excitável (descarga de impulso nervoso anárquico).

Crise epiléptica: É qualquer fenômeno sensitivo, motor ou psíquico produzido pela descarga de uma população neuronal anormalmente excitável.

Epilepsia: É a ocorrência de pelo menos 2 crises epiléticas, ou seja, é a recorrência das crises epilépticas após o médico ter afastado outras doenças como causa.

Assim, podemos dizer que toda crise convulsiva é uma crise epilética mais nem toda crise epiléptica se manifesta como crise convulsiva.

Classificações das crises epilépticas:

AS CRISES PARCIAIS SIMPLES PODEM SER:

  • Motora: movimento involuntário
  • Sensorial: parestesias (formigamento), sintomas visuais ou olfativos (cheiro)
  • Psíquica: Déjà vu (sensação de já ter estado em local jamais visitado pelo próprio).

AS CRISES PARCIAIS COMPLEXAS PODEM SER:

  • Epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM):

Associado com crise febril na infância possui período livre de crises até a adolescência.

Caracterizada pela perda da consciência seguida de automatismos oro-alimentares (movimentos de mastigação ou deglutição) e está associado com esclerose do hipocampo (estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano), sendo a mais comum epilepsia do adulto. Tratamento de escolha: Carbamazepina ou Fenitoína.

AS CRISES GENERALIZADAS PODEM SER:

  • Ausência (pequeno mal):

Faixa etária 5-7 anos de idade, possui lapsos curtos e sucessivos da consciência (perda da consciência < 10 segundos). Alguns fatores podem desencadear como a hiperventilação (respiração rápida e profunda) e hipoglicemia (diminuição dos níveis de açúcar no sangue). Tratamento de escolha: Acido Valpróico ou Etossuximida.

  • Crise Tônico-Clônica Generalizada (enrijecimento seguido de movimentos repetidos involuntários) CTCG:

Perda da consciência com queda, seguida de uma fase tônica (enrijecimento da musculatura) “grito epiléptico”, espasmo tônico extensor de todo corpo, apneia (ausência da respiração) e cianose (coloração azulada da pele decorrente de diminuição oxigênio tecidual) e terminada na fase clônica (movimentos repetidos e involuntários). Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Fenobarbital

  • Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ):

Início 8-20 anos e caracteriza por mioclônias (movimento involuntário da musculatura) matutinas que podem evoluir para Tônico-Clônico Generalizada. Desencadeadas pela privação do sono, exposição à luz estroboscópica (luz de danceteria). Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Fenobarbital.

  • Crise Mioclônicas:

Abalos clônicos bilaterais e simétricos (cabeça, tronco e membro) sem perda da consciência. Pode evoluir para Tônico-Clônica Generalizada.

  • Crise Atônica (ausência de força):

Atonia súbita de todo o corpo, levando à queda imediata, ou só da cabeça e a consciência é preservada. Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Lamotrigina.

  • Estado do Mal Epiléptico (EME):

Por definição é a crise epiléptica que não cessa ou que possui crises reentrantes sem recobrimento da consciência superior a 30minutos, mas na prática consideramos como crises maiores que 5 minutos.

Manutenção das vias aéreas, glicemia capilar, acesso venoso: Benzodiazepínico, Fenitoina, Fenobarbital e monitorização eletrocardiográfica devem ser propostos no plano de cuidados.

Tomografia no Mal Epiléptico pode ser interessante.

Ambulatório Mário Covas atende os usuários do SUS encaminhados pelo  Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Lutando pela Saúde Pública com qualidade!

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