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RUF 2013. Unimar na 111ª posição em ensino. Famema na 82ª posição em avaliação de mercado

Os cursos de Medicina e Enfermagem da Famema foram no Ranking Universitário Folha, o RUF 2013, divulgado  no dia 09 de setembro, pelo jornal Folha de São Paulo.

O cálculo é feito com base nas notas recebidas nas duas pesquisas feitas pelo Datafolha para o RUF, com avaliadores do MEC e com empregadores. Compõem uma parte do indicador de ensino e o indicador de mercado do RUF.

INFLUÊNCIA

A análise da reputação das universidades feita no RUF foi inspirada em rankings internacionais consolidados como os britânicos THE (Times Higher Education) e QS.

O primeiro traz desde 2011 um indicador que aponta as universidades mais citadas entre os pesquisadores entrevistados. O QS inclui também a opinião de quem contrata sobre as instituições de ensino superior.

Para o THE, a reputação da instituição pode captar qualidades ou defeitos que os números não mostram.

Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp e atual assessor do governo de São Paulo para educação superior, pensa diferente. “A opinião que as pessoas têm de uma instituição também está calcada em fatos. Tradição, políticas de ensino adotadas e performance dos egressos das universidades no mercado de trabalho são levadas em conta”.

Em termos práticos, uma boa reputação ajuda a atrair bons alunos e docentes, acredita a pró-reitora de pós-graduação da PUC-SP, Maria Andery. “Cria-se um circulo virtuoso. A boa reputação traz bons alunos, que reproduzem um bom desempenho da universidade”.

Além de capital humano, a instituição se beneficia no momento de fechar parcerias, como ocorreu com a recém-inauguração de três laboratórios dedicados a pesquisas na área da saúde no Parque Tecnológico de Sorocaba (90 km de São Paulo).

O curso de Medicina da Famema ficou na 82ª posição na avaliação do mercado (avaliados pelos RH das universidades pesquisadas).

FAMEMA

Ranking de pesquisa entre 192 universidades e faculdades – não aparece na lista.

Ranking por internacionalização entre 192 universidades – não aparece na lista.

Ranking por inovação em 192 universidades e faculdades –  não aparece na lista.

Ranking por avaliação no ensino  em 192 universidades e faculdades- 10ª.

FAMEMA-10- RUF 2013-MEDICINA

Ranking em avaliação do mercado  em 192 universidades e faculdades – 82ª.

FAMEMA-82-RUF 2013- MEDICINA

Faculdade de Medicina – UNIMAR

Ranking de pesquisa entre 192 universidades e faculdades – 133ª.

Ranking por internacionalização entre 192 universidades – 144ª.

Ranking por Inovação em 192 universidades e faculdades –  58ª.

Ranking por ensino em 192 universidades e faculdades -111ª.

UNIMAR- 111- RUF 2013- MEDICINA

Ranking em avaliação do mercado – 15ª posição.

UNIMAR- 15- RUF 2013-MEDICINA

O Ranking Universitário Folha busca medir a qualidade das 192 instituições brasileiras de ensino superior reconhecidas como universidades pelo Ministério da Educação (MEC), em suas diferentes missões, partindo de metodologias utilizadas em rankings internacionais, mas com adaptações para o cenário nacional.

Em sua segunda edição, o RUF aperfeiçoou a metodologia para contemplar duas grandes áreas de interesse: a produção científica, aferida com base em indicadores de pesquisa, inserção internacional e inovação, e a graduação, calcada na avaliação da qualidade de ensino e na ressonância da instituição no mercado de trabalho.

É na área de graduação que está a maior novidade deste ano: o ranking de ensino, uma análise extensiva inédita dos indicadores dos cursos ministrados em 2.358 instituições.

Os indicadores considerados foram praticamente os mesmos levantados para avaliar as universidades. Ou seja, no ensino, foram consideradas as entrevistas com os avaliadores do INEP/MEC, percentual de docentes com doutorado e a nota no Enade.

A ampliação da avaliação do ensino por curso permitiu ainda identificar destaques entre instituições que não são classificadas como universidades.

O isolamento da Famema, não encampada por outra universidade, dificulta sua ascenção em pesquisa e publicações nacionais e internacionais.

Fonte- Folha de São Paulo

RUF 2013 – metodologia completa

ruf folha - colorido

O Plano Collor e o PBL made in Brazil. Uma analogia!

plano collorZélia Cardoso de Mello foi a primeira e única mulher a ocupar o cargo de  ministra da Fazenda, empossada em 15 de março de 1990 na posse do primo, à época, presidente do Brasil, Fernando Collor, e deixou o ministério em 10 de maio de 1991.

A ex-ministra foi a mentora intelectual do Plano Collor, adotado pelo então presidente Collor de Mello.

Com Zélia Cardoso de Mello, o Brasil conheceu uma época de mudanças, marcando uma revolução em vários níveis da administração pública e na macroeconomia: privatização, abrindo-se pela primeira vez às importações, modernização industrial e tecnológica, redução da dívida do setor público, controle da hiperinflação e uma explosão na demanda.

As medidas que marcaram os 14 meses da ministra no poder foram:

a) Confisco

Em março de 1990, determinou que saldos em contas acima de 50 mil cruzados novos fossem bloqueados por 18 meses

b) Abertura

Reduziu alíquotas de importação, atraindo produtos estrangeiros para o mercado nacional, o que acirrou a competição

c) Inflação

Acabou com a hiperinflação de cerca de 80% ao mês, mas houve recessão, aumento do desemprego e redução da renda per capita

O plano de estabilização conduzido pela ex- ministra Zélia pela primeira vez na história mundial confiscou todos os ativos financeiros de um país da noite para o dia, o confisco da caderneta de poupança, como ficou conhecido, lhe granjeou enorme antipatia.

Muitos empresários quebraram, pois não tinham dinheiro nem para pagar a conta dos funcionários.

Dívidas da empresa não puderam ser pagas, visto que os ativos foram bloqueados, e o saque limitado.

A  revolução implantada gerou desemprego, luta das empresas para sobreviverem, indústrias sendo implodidas  por bens  importados por alíquotas baixas, e o sucateamento do parque  industrial brasileiro.

Pois bem…

Quando reflito que mudanças radicais, sem uma grande avaliação dos riscos que se possam produzir, faço por  analogia, a comparação do Plano Collor com o “PBL made in Brazil”.

Revolucionários sem dúvida.

O Brasil inaugurou o neoliberalismo seguido por Fernando Henrique Cardoso, e as empresas estatais, como a  Companhia Vale do Rio Doce avaliada, à época por 4 bilhões, vendida, e hoje em 2012,  vale 200 bilhões.

A revolução custou caro aos cidadãos brasileiros, e a nação brasileira.

Desemprego, volta da inflação, e “quebradeira das empresas”.

No “PBL made in Brazil”  não foi diferente.

Banidas aulas, nada de aulas em laboratórios, nada de estudar conhecimentos em disciplinas básicas, nada de conteúdos temáticos em anatomia, histologia, fisiologia, patologia, parasitologia, microbiologia, imunologia, e farmacologia.

Nada de aulas para os 80 alunos de medicina.

Tudo agora se resolve com o “PBL made in Brazil ou à brasileira” (Problem Based Learning).

Os alunos aprendem em sessões de tutoria.

Um caso clínico  é posto em discussão, e os alunos perguntam o que não sabem, e gostariam de aprender, e está dado o início ao processo tutorial.

Dias após, os alunos voltam e relatam o que leram.

O tutor, diga-se de passagem, segundo o “PBL made in Brazil”, e defendido titanicamente pelo “Super Pedagogo”  dessas faculdades não precisa saber o conteúdo temático.

Basta apenas administrar as discussões.

No “PBL made in Brazil”, o tutor  não precisa saber nada da discussão, e não interferir nas discussões dos alunos.

Orientações no guia tutorial para os tutores  em casos clínicos de medicina (nada pode sair fora do script).

Aliás, não precisa ser médico em tutorias de temas de medicina…

É surreal.

Anacrônico.

Inaceitável.

Sofismático !

Um aluno egresso do curso médio saberá qual o conteúdo mínimo necessário  para a sua formação?

Claro que não !

Fui aluno de medicina…

O aluno não sabe  qual é o “conteúdo mínimo necessário”, aceita-se tudo na hora (o aluno ouvirá muito nas sessões a famosa frase : “numa primeira aproximação”), como se o tutor não tivesse a imprescindível responsabilidade e compromisso com o ensino, e como ocorre frequentemente nos dias de hoje, permanecer na reunião em estado quase catatônico, e com uma leve palidez cérea.

Algumas expressões faciais de contentamento e ou descontentamento.

O processo tutorial está em curso…

O tutor no ” PBL made in Brazil” está  pronto para uma Odisseia (não a de Ulisses, da mitologia grega) de intermináveis tutorias (algumas parecem mais “touradas” da bela cidade de Madri).

E o pior, cada grupo de alunos com o tutor tem um nível de aprendizado diferente, pois a única forma de evitar esse viés, na minha concepção, seria uma aula magna com todos os alunos para uniformizar conceitos.

Mas, no “PBL made in Brazil ” não pode.

O “Super Pedagogo” dessas faculdades públicas e ou privadas diz que não pode.

Nada acrescenta a aula magna ao curso de medicina, segundo afirma o Super  Pedagogo.

Quem seriam esses pedagogos em cursos de medicina que implantaram o  “PBL made in Brazil “?

Nos  Fóruns Institucionais dessas faculdades públicas e ou privadas, quando existem, normalmente são apenas convidados para palestrar e falar maravilhas do “PBL made in Brazil” nos cursos de medicina.

Não se convida pedagogo nesses fóruns para um debate intelectual honesto.

No dia a dia pelos corredores da faculdade: não se vê o pedagogo, não se ouve o pedagogo, não se debate o modelo ensino-aprendizagem com o pedagogo, em síntese, será que existe o pedagogo na instituição?

Alunos tiram um notas elevadas no ENADE, mas a verdade seja dita, em decorrência dos alunos que fazem cursos preparatórios no Med Curso e SJT para ingressarem nas Residências Médicas.

A verdade não pode ser ocultada, pulverizada, mitigada…

Muitas dessas faculdades têm infraestrutura pífia, e nem Câmpus Universitário com salas de aulas, laboratórios, bibliotecas, restaurante universitário, estágio em hospital próprio, etc.

Ou é tudo sucateado, ou terceirizado, e ainda pior, contratos com Prefeituras Municipais para inserir alunos nas Unidades de Saúde da Família.

O Plano Collor não resolveu  nada para o Brasil, mas as mudanças foram revolucionárias e catastróficas.

Do Plano Collor a mentora foi Zelia Cardoso de Mello.

E quem é o “Pai do Projeto Pedagógico” em cursos de medicina no “PBL made in Brazil” ?

Quem será o Super Pedagogo do “PBL made in Brazil” ?

“Meu ofício é dizer o que penso”.

Voltaire

Elementar meu caro Watson. Assim diria Sherlock Holmes

sherlock holmes 2A Unidade de Prática Profissional (UPP) 1 e 2, as quais estão inseridas na matriz curricular dos  cursos de Medicina e Enfermagem da Famema, constituídas por alunos da medicina e da enfermagem, sendo 8 da medicina e 4 da enfermagem, frequentando as Unidades de Saúde da Família (USF), não nos parece a maneira mais eficaz para a aprendizado desse alunos, seja no curso de medicina, seja no curso da enfermagem.

E a conclusão é simples.

Cada aluno da medicina e ou da enfermagem tem uma visão do processo ensino-aprendizagem diferente nesse cenário – Unidade de Prática Profissional (UPP).

O aluno da medicina deseja aprender sobre fisiopatologia das doenças, farmacologia clínica, anatomia, fisiologia, microbiologia, imunologia nos doentes visitados pelo mesmo em visitas domiciliárias.

O aluno da enfermagem deseja aprender sobre plano da qualidade do cuidado , assistência social, quem são os cuidadores do doente, vacinação em dia, observação das políticas públicas ofertadas na unidade de saúde, ou seja, os alunos da enfermagem têm uma visão diferente do processo saúde-doença.

Há séculos é assim.

Contudo, pretender que alunos de medicina e enfermagem tenham a mesma visão do processo saúde-doença, inserindo-os a frequentarem coercitivamente e institucionalmente o mesmo cenário de ensino-aprendizagem é uma grande utopia.

Promotores e Juízes de Direto, também fizeram Curso de Direito, mas dentro do Poder Judiciário, cada  um exerce diferentemente sua função no ordenamento jurídico vigente no Brasil.

Cada um tem seu papel muito bem delimitado de atuação.

Engenheiros e arquitetos tem visões diferentes na construção civil.

O engenheiro se preocupa com o a estrutura do projeto.

O arquiteto com a originalidade, criatividade, formas do projeto.

A frase dita pelo personagem Sherlock Holmes – “elementar meu caro Watson” – é uma certeza de que a conclusão de algum fato  se procede,  se e somente se,  houver uma observação cuidadosa .

Na Famema cremos que alunos de medicina e enfermagem devem ter supervisão no cenário de UPP com docente do seu respectivo curso.

Nada de se tentar unir as visões do processo saúde-doença fazendo alunos de medicina e enfermagem serem supervisionados por docentes não propriamente do seu curso.

Em todos os países desenvolvidos os cursos de medicina e enfermagem têm matrizes  curriculares  distintas.

A quem interessaria permanecer essa situação na Unidade de Prática Profissional  1 e 2 ?

Ao “Super Pedagogo” da Famema ?

Sherlock Holmes diria:  elementar meu caro Watson !

sherlock holmes 3 “Quando se convive muito com a mentira, ficamos propícios a desconfiar da realidade”.

Rui Barbosa