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Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

avc- mão na cabeçaSeminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema abordando o tema Acidente Vascular Cerebral Isquêmico – Luís Eduardo Santos, Mariana Cincerre Paulino, Priscila Castro, Raquel Souza de Oliveira e Vinícius Pilão no Ambulatório Neurovascular- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

O acidente vascular cerebral (AVC) é um quadro neurológico agudo, de origem vascular, com rápido desenvolvimento de sinais clínicos devido a distúrbios locais ou integrais da função cerebral.

É hoje, uma das causas mais comuns de disfunção neurológica que ocorre na população adulta.

É classificado em duas grandes categorias: o AVC isquêmico, quando ocorre a oclusão de um vaso sanguíneo (artéria) que irriga determinada região encefálica, privando essa região de nutrientes e oxigênio, e o AVC hemorrágico, quando há ruptura de um vaso sanguíneo encefálico.

Os sinais e sintomas mais comuns que ocorrem após o acidente vascular cerebral (AVC) são: alteração do nível de consciência, paralisia ou paresia, distúrbios sensitivos, incoordenação, espasticidade, apraxias, anosognosia, alterações do campo visual, ataxia, afasia, disartria, julgamento e planejamento prejudicados, e discalculia.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco preditivo para AVC, pois está presente em cerca de 70  % dos casos de doença cerebrovascular (DCV).

Cardiopatias são consideradas o segundo fator de risco mais importante para AVC, cuja frequência é 41,9% para AVCI (contra cerca de 2 % para AVC hemorrágico). Fibrilação atrial crônica (FA) é a doença cardíaca mais associada com AVC, representando cerca de 22 % destes casos.

Diabete melito (DM) é fator de risco independente para a DCV, uma vez que acelera o processo aterosclerótico. Cerca de 23 % de pacientes com AVCI são diabéticos.

O Brasil, desde a década de 1940, vem passando por um processo de inversão das curvas de mortalidade, observando-se um declínio de mortes por doenças infecciosas e um concomitante aumento por doenças crônicas não transmissíveis e causas externas.

Este processo é conhecido por fenômeno de transição epidemiológica, ocorrida em todos os países hoje desenvolvidos, nos quais a população de idosos é cada vez mais expressiva.

Dentre as doenças não transmissíveis interessam, particularmente, os acidentes cardiovasculares cerebrais e o infarto do miocárdio (IAM) devido à sua importância no obituário geral, tanto em homens quanto nas mulheres.

As doenças cerebrovasculares, particularmente, o AVC representa a terceira causa de morte em países industrializados e a primeira causa no Brasil.

Existe uma tendência generalizada ao aumento da porcentagem de idosos na população e isso significa que o AVC deve continuar sendo um problema de saúde pública de relevância superior neste Século XXI.

A prevalência de AVC é alta e, apesar de a taxa de sobrevida ser elevada, atualmente 90% dos sobreviventes desenvolvem algum tipo de deficiência, o que o torna uma das principais causas de incapacidade em adultos.

Após um AVC o sujeito pode evoluir com distúrbios na comunicação, na memória, alterações visuais, alterações sensoriais e motoras.

Assim, além de contribuir para a morbidade e mortalidade, essa doença também implica em altos custos para a seguridade social.

Suas consequências podem ser de grande impacto, gerando enormes demandas de recursos em diagnóstico, tratamento e reabilitação.

O AVC  configura-se como um desafio para os profissionais de saúde, pois grande parte desses ainda são despreparados para o atendimento aos pacientes com AVC, seja pelo reconhecimento tardio da patologia, pela carência de aparelhagem adequada para o diagnóstico por imagem ou mesmo por subestimar a gravidade da doença, ou ainda pior, não ter uma Unidade de AVC  em Hospitais Públicos para realizar os trombolíticos (rt-PA) até 4,5 horas do início dos sintomas.

Em defesa da Saúde Pública com qualidade !

Em defesa de Unidades de AVC em hospitais públicos !

avc- dia 29

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.Seminário. Curso de Medicina da Famema

AVC- PREVENÇÃOSeminário apresentando pelos acadêmicos do 4º ano do curso de medicina da Famema Caio Shinoda e Caroline Coronado durante estágio no Ambulatório Neurovascular- Ambulatório Mario Covas- Educação em Ciências da Saúde.

AVC significa Acidente Vascular Cerebral, uma doença popularmente conhecida como “derrame cerebral”.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, ocorrem no mundo cerca de 6 milhões de mortes/ano relacionadas ao AVC, sendo grande parte nos países em desenvolvimento.

O AVC é a terceira maior causa de morte, depois das doenças coronarianas (7,2 milhões) e câncer (7,1 milhões), um número muito mais alarmante do que AIDS (2,8 milhões) ou outras doenças infecciosas, como tuberculose (1,6 milhões), que recebem a maioria dos recursos mundiais de saúde pública.

No Brasil, apesar de haver nítidas diferenças regionais na prevalência e mortalidade, decorrentes principalmente das influências étnicas e sócio-econômicas, recentes estatísticas indicam que o AVC é ainda a causa mais frequente de óbito em parte desta população.

Ocorre devido ao entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos do sistema nervoso central, determinando dois tipos de AVC:

– AVC Isquêmico: tem como causa alguma obstrução que reduz subitamente o fluxo sanguíneo em um artéria do cérebro provocando falta de circulação e diminuição da função neurológica.

Estima-se que cerca de 80% dos Acidentes Vasculares Cerebrais sejam isquêmicos.

– AVC Hemorrágico: é causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo que provoca um sangramento no interior do redor do cérebro.

Fatores de risco

Dentre os vários fatores de risco, os principais são:

  • Hipertensão Arterial;
  • Doença Cardíaca- fibrilação atrial aguda ou crônica;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Diabetes mellitus;
  • Colesterol elevado;
  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Sintomas de AVC

A presença de déficit focal neurológico súbito como dificuldade para falar, perda visual, diplopia, formigamento ou déficit motor e vertigem são relacionados com maior probabilidade para o diagnóstico de ataque isquêmico transitório e AVC.

Estudos utilizando exames de imagem identificaram que a presença de paresia facial, déficit motor em membro superior e dificuldade na linguagem aumentam muito as possibilidades do diagnóstico correto de AVC.

O AVC isquêmico que envolve o território carotídeo pode se manifestar com isquemia retiniana e encefálica (com síndromes neurológicas que associam déficit de funções corticais, como afasia e déficit motor e/ou sensitivo).

Já o AVC isquêmico do sistema vértebro-basilar pode apresentar sintomas vestíbulo-cerebelares (vertigem, ataxia), anormalidades na movimentação ocular (diplopia) e déficit motor e/ou sensitivo unilateral ou bilateral, além das alterações visuais, como hemianopsia.

O Indivíduo vítima de AVC começa a apresentar subitamente os seguintes sintomas:

  • fraqueza, formigamento ou diminuição da força na face, no braço ou na perna de um lado do corpo;
  • alterações na fala, grande esforço para articular as palavras, estado de confusão e dificuldades de compreensão;
  • perda da visão em um ou nos dois olhos;
  • dor de cabeça súbita e intensa, sem haver causa aparente.

Averiguação do AVC- Escala FAST

Os médicos recomendam pedir à pessoa para:

  1. sorrir (irá mostrar um sorriso “torto”)
  2. levantar os braços (terá dificuldades em manter um deles levantado)
  3. pronunciar uma frase, por exemplo: “O Brasil é o país do futebol” (terá dificuldade para exprimir)

Esses são sinais de alerta para chamar imediatamente um serviço médico de emergência. Quanto mais rápido o paciente for socorrido, menor as chances de sequelas.

Escalas para o reconhecimento de AVC

O uso de escalas específicas para o reconhecimento do AVC aumenta a probabilidade do diagnóstico correto de AVC.

Muitas destas escalas foram idealizadas para o uso pré-hospitalar, com o intuito de auxiliar o rápido reconhecimento e tratamento dos pacientes com AVC, como a escala de Cincinnati, LAPSS, FAST e, mais recentemente, a escala ROSIER.

Estas escalas alertam para os principais sinais e sintomas e variáveis relacionadas ao AVC e devem ser utilizadas rotineiramente pelos serviços de triagem médica, tanto dos hospitais como dos serviços pré-hospitalares.

Alguns itens do exame neurológico têm uma baixa reprodutibilidade enquanto outros têm uma alta concordância entre os membros da equipe de emergência (ex. redução do nível de consciência).

Tratamento

O tratamento depende do tipo, da gravidade e do desenvolvimento de cada caso.

Urgentes medidas preventivas são obrigatórias para reduzir não somente a mortalidade, mas também a incapacidade funcional, frequente dos pacientes com AVC isquêmico.

Além disso, recentes avanços no tratamento dos pacientes com AVC isquêmico agudo provocaram mudanças radicais na conduta adotada durante a fase aguda, e impuseram aos sistemas de saúde uma nova visão de atendimento a estes pacientes, semelhante ao infarto agudo do miocárdio, em centros especializados com unidades específicas, as unidades de AVC.

No entanto, a viabilidade do tratamento dos pacientes com AVC isquêmico agudo somente será possível se os sinais e sintomas de AVC forem conhecidos pela população, os serviços de emergência forem ágeis e eficientes, e se houver conscientização das equipes clínicas, que deverão identificar e rapidamente tratar estes pacientes.

O paciente com início de AVC isquêmico geralmente é tratado com o uso de rtPA para dissolver o coágulo que está impedindo a circulação de sangue em até 4,5 horas.

O Ambulatório Neurovascular recebe usuários do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

AVC- CAMPANHA 2013

Anticoagulação em neurologia. Seminário. Curso de Medicina da Famema

anticoagulantes oraisSeminário apresentado pela Residente em Neurologia Vanessa Vieira no Ambulatório  Neurovascular- Ambulatório Mário Covas- sobre o protocolo de anticoagulação –  disciplinas de Neurologia e  Educação em Ciências da Saúde -Famema.

Importante revisão para se dirimir questões sobre tema tão complexo e de extrema necessidade de compreensão para a  prática clínica diária.

O Ambulatório de Neurovascular foi criado em julho de 2011, e já atende todos os encaminhamentos de usuários do SUS encaminhados do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Por outro lado, o  Ministério da Saúde já autoriza a utilização de rt-PA em AVCI até 4,5 horas do início dos sintomas e sinais, mas a Giretoria Geral da Famema ainda não autorizou o projeto da construção da Unidade de AVC no Hospital das Clínicas de Marília, o qual é destinada para atendimentos de pacientes com AVC.

A necessidade da Unidades de AVC é urgente, e é um marco na medicina dos últimos anos, já que os pacientes atendidos na mesma podem ter sua história natural do AVC mudada, evitando graves sequelas nos mesmos.

A Seguridade Social agradece.

Menos incapacidades laborativas nos pedidos de aposentadoria no INSS.

A anticoagulação, por sua vez, é necessária como prevenção primária em AVCI, ou como prevenção secundária, com eficácia demonstrada em vários estudos multicêntricos.

A  compreensão de sua aplicação, interação medicamentosa, e doses, é fundamental para o sucesso na terapia.

Lutemos pela Saúde Pública com qualidade.

Em defesa do SUS!

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