Nesse mês de setembro saiu a recente publicação da classificação em estrelas dos melhores cursos de medicina do Estado de São Paulo e do Brasil– pelo Guia do Estudante- Editora Abril, 2011.
Infelizmente, ou até uma situação já esperada, quando ao se substituir os conteúdos curriculares na grade matricial por metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem, na qual o aluno deve construir e adquirir conhecimentos em aprendizagens significativas ao longo do curso parece não ter dado nada certo.
Nada contra as metodologias ativas, mas as mesmas devem ser avaliadas refletindo algumas variáveis: país aplicado, cursos anteriores em área de saúde, docentes capacitados com treinamento mínimo, avaliação rigorosa dos alunos, conteúdos temáticos desenvolvidos ao longo do curso de maneira efetiva, e disciplinas básicas ministradas, tais como, anatomia, fisiologia, patologia, bioquímica e histologia apresentadas em aulas magnas e aplicadas em laboratórios para todos os alunos.
Poderia, em tese, após as exposições das aulas serem aplicados métodos ativos de ensino-aprendizagem de retenção de conceitos desenvolvidos nessas disciplinas.
Saiu-se do conceito A do antigo Provão há cerca de 10 anos, ainda com alunos egressos no modelo tradicional, pois à época, as metodologias ativas ainda estavam sendo implantadas, para agora em 2011 ser 3 estrelas na avaliação pelo Guia do Estudante – Editora Abril.
Assim 5 estrelas – excelente, 4 estrelas – muito bom, e 3 estrelas – bom.
Recentemente ao se passar pelo pátio da Faculdade de Medicina de Marília (Carmelo) houve reclamação por parte dos alunos por aulas expositivas, e conteúdos mínimos a serem trabalhados com efetividade ao longo do curso de medicina.
Os cartazes expostos no manifesto dos alunos podem explicar aquilo que mereça reflexão pelos nossos docentes, coordenadores e diretores do curso de medicina da Famema.
Vamos refletir o pensamento de Edgar Morin sobre como transformar instituições em declínio no processo ensino-aprendizagem de como ensinar e transmitir conhecimentos aos alunos na graduação:
E o conceito do Guia do Estudante com nota 3 estrelas é muito pouco para uma faculdade estadual pública !
“[…] É PRECISO REFORMAR AS INSTITUIÇÕES, MAS SE AS REFORMAMOS SEM REFORMAR OS ESPÍRITOS, A REFORMA NÃO SERVE PARA NADA, COMO TANTAS VEZES OCORREU EM TEMPOS PASSADOS.
COMO REFORMAMOS OS ESPÍRITOS SE NÃO REFORMAMOS AS INSTITUIÇÕES? CÍRCULO VICIOSO.
MAS SE TIVERMOS O SENTIDO DA ESPIRAL, EM DADO MOMENTO COMEÇAREMOS UM PROCESSO E O CÍRCULO VICIOSO SE TORNARÁ VIRTUOSO”
Edgar Morin