Tratamento do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos alunos  do 4º ano do curso de medicina da Famema Artur B. Batalhão e Fernanda de O. Igaras no Ambulatório Neurovascular- Ambulatório Mario Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

O uso de trombolíticos para o tratamento do AVC isquêmico segue o princípio dos tratamentos de revascularização miocárdica de urgência, ou seja, recanalização precoce dos vasos cerebrais ocluídos almejando melhorar a evolução clínica de pacientes com AVC.

A lógica para a terapia trombolítica no AVC está no reconhecimento de que a maioria dos eventos é causada por oclusões trombóticas ou trombo-embólicas.

Estudos angiográficos mostram a presença de trombo oclusivo em até 80% dos casos.

Entre os demais 20% é provável que um número significativo também tenha participação de trombos em sua gênese, porém que já sofreram lise espontânea por ocasião da angiografia.

A única droga trombolítica aprovada para uso no AVC agudo nos EUA, Canadá e Europa é o Ativador do Plasminogênio Tecidual Recombinante Humano (rt-PA ou alteplase), devendo ser usado em até 4,5 horas do início dos sintomas, em um centro especializado em neurologia, após exclusão de hemorragia intracraniana por Tomografia Computadorizada.

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e                                                                  Acidente Isquêmico Transitório (AIT)

O AVC é um déficit neurológico súbito que ocorre devido à isquemia (80%) ou hemorragia cerebral (20%).

Representa a mais comum doença neurológica causadora de morbidade grave e morte.

As causas do AVC isquêmico estão relacionadas à doença aterosclerótica, embolismo de origem cardíaca, ou doença de arterial de pequenos vasos.

A oclusão do vaso responsável pela irrigação de um segmento do cérebro leva a interrupção do fornecimento de oxigênio e glicose, e subsequente morte celular, iniciada em alguns minutos.

Quando o AVC é resultado de comprometimento da circulação carotídea tipicamente causa paresia ou parestesia em hemicorpo oposto à lesão.

Outros sintomas como perda sensorial contralateral, afasia, síndromes de desatenção e cegueira monocular transitória unilateral também podem ocorrer.

O diagnóstico de doença vértebro-basilar é muito provável em casos de cegueira binocular transitória (amaurose fugaz), diplopia, ataxia, tetraparesia ou vertigem associada.

Os AIT são déficits neurológicos de duração menor de 24 horas atribuíveis à isquemia nas distribuições das artérias carótida ou vértebro-basilar.

A distinção entre um AIT e AVC é conceitual.

Ambos exigem avaliação completa para determinar a fisiopatologia subjacente e diminuir o risco de eventos isquêmicos subsequentes.

Embora os AIT costumem resultar de doença aterosclerótica em vasos grandes, outras etiologias devem ser levadas em consideração.

É possível que a definição de AIT venha a sofrer alterações, pois com exames mais complexos é possível identificar lesões/sequelas cerebrais antes imperceptíveis em alguns AITs.

Estudos clínicos mostram que a maioria dos AITs dura menos de 1 hora. Assim, o AIT que dura mais de uma hora provavelmente será um AVC e talvez possa provocar uma lesão cerebral, mesmo que imperceptível.

O tratamento trombolítico estimula a fibrinólise intrínseca a combater a trombose patogênica.

O trombolítico ideal induziria a dissolução do trombo patológico sem produzir fibrinólise sistêmica e consequente alteração da trombose fisiológica necessária para manutenção da hemostasia.

Como os trombolíticos disponíveis ainda não têm a seletividade desejada, ainda são significativos os riscos de hemorragia, especialmente a transformação hemorrágica de um AVC isquêmico.

Além do risco de hemorragia os trombolíticos induzem secundariamente um estado pró-inflamatório e de hipercoagulação, através da ativação do sistema do complemento e das cininas que leva a maior produção de trombina.

O Ambulatório Neurovascular recebe encaminhamentos de usuários do SUS do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Em defesa do SUS !

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